Níger

O Níger apresentou uma queda encorajadora nas violações da liberdade de imprensa nos últimos dois anos, mas ainda há motivos de preocupação. O governo continua a destinar pouca publicidade estatal aos meios de comunicação privados e faz poucas tentativas para fornecer um serviço público de informação adequado. Num contexto regional marcado pela luta contra o terrorismo, os deslocamentos dos jornalistas nas áreas mais perigosas permanecem limitados e o acesso a informações sobre terrorismo e migração é muito difícil. Tanto as autoridades quanto certas organizações internacionais retêm informações. Nos últimos anos, vários jornalistas foram presos e veículos de comunicação foram suspensos arbitrariamente. Às vezes, jornalistas são julgados e presos com base em artigos do Código Penal ou da polêmica nova lei sobre crimes cibernéticos e não com base na lei de imprensa, que pôs fim às penas de privação de liberdade por crimes de imprensa. As ações movidas em 2020 contra o diretor da publicação do L'Événement e a situação de custódia policial de seu colega do Courrier por revelar improbidade financeira no Ministério da Defesa atestam as ameaças ao jornalismo investigativo e os avanços que devem ser feitos para proteger os jornalistas que contribuem, por meio de seu trabalho, para o combate à corrupção. Em 2017, um jornalista conhecido pela sua visão crítica da gestão pública foi condenado a dois anos de prisão em regime fechado e 10 anos de privação de direitos civis e políticos. Embora seja nigeriano, ele foi expulso para o Mali após sua libertação. Em 2018, quase uma dezena de veículos de comunicação foram fechados por vários dias ou até semanas por razões fiscais, sendo que a maioria dos órgãos padece de uma grande precariedade econômica.