Embora o mercado de mídia do Kosovo seja diversificado, seu desenvolvimento é limitado por seu pequeno tamanho e por divisões étnicas. A independência dos meios de comunicação é ameaçada pela fraca regulamentação e pela distribuição partidária dos fundos públicos.
Cenário midiático
Ainda que o Kosovo seja um país pequeno e apesar de suas divisões étnicas, ele possui uma paisagem midiática pluralista e dinâmica. O setor de televisão – marcado pela alta concentração – é dominado por canais privados sediados em Pristina, mas a emissora RTK desempenha um papel importante. Novos portais online incluem títulos fortes como BIRN ou Kosovo 2.0 – sendo este último um dos raros meios de comunicação a publicar tanto em albanês como em sérvio.
Contexto político
Embora a mídia consiga responsabilizar os políticos, os jornalistas continuam sendo alvo de ataques de natureza política. O regulador da mídia, IMC, tem sido ineficaz e recentemente se envolveu em um caso de corrupção. Ainda que o conselho de administração da emissora pública RTK - eleito diretamente pelo parlamento, como o do IMC - seja vulnerável à influência política, o processo de seleção de seus membros foi considerado transparente pelas organizações de liberdade de imprensa no final de 2021. Os meios de comunicação de língua sérvia se queixam de um acesso discriminatório à informação pública, especialmente na língua da minoria constitucional.
Quadro jurídico
A liberdade de expressão, a proteção das fontes e o direito à informação são garantidos por lei, enquanto a difamação e a calúnia são descriminalizadas. Recentemente, no entanto, cada vez mais jornalistas têm sido alvo de “processos mordaça” (SLAPPs) movidos por grupos empresariais e políticos. Na prática, a lei de direitos autorais não é aplicada. No final, o acesso à informação pública melhorou em junho de 2021 quando foram iniciadas as funções da Agência de informação e de privacidade com a nomeação de um comissário pela primeira vez.
Contexto económico
Em geral, a mídia depende da publicidade estatal ou dos partidos políticos, ambas distribuídas de forma opaca e partidária. Além disso, através de seus proprietários, as redações dos veículos de comunicação privados estão expostas à interferência de poderosos grupos políticos ou empresariais. A mídia em língua sérvia enfrenta o desafio adicional de um mercado restrito, onde alguns títulos dependem de financiamento da vizinha Sérvia. Quanto à mídia independente, ela não sobreviveria sem fundos internacionais.
Contexto sociocultural
Embora a profissão goze da confiança da sociedade, a mídia independente e os jornalistas investigativos costumam ser alvo de insultos e notícias falsas nas redes sociais, sendo injustamente acusados de "colaborar com o inimigo" - uma retórica usada por grupos políticos e religiosos.
Segurança
Ainda que nenhum jornalista tenha sido morto desde 2005, os assassinatos e desaparecimentos ocorridos antes e durante a guerra no Kosovo (1998-2005) ficaram impunes. Jornalistas que investigam o tráfico de drogas ou a poluição ambiental foram alvos de agressões físicas e tiveram seu trabalho prejudicado por redes criminosas. Embora os ataques sejam processados pela polícia e pela promotoria, raramente levam a ações legais. A cobertura midiática de eventos políticos levou a um aumento no número de jornalistas ameaçados nas redes sociais. Os jornalistas de língua sérvia são intimidados pelo partido no poder no norte do Kosovo.