Ásia-Pacífico
Bangladesh
-
Ranking 2023
163/ 180
Nota: 35,31
Indicador político
154
39.06
Indicador econômico
142
36.11
Indicador legislativo
154
35.22
Indicador social
157
36.55
Indicador de segurança
167
29.60
Ranking 2022
162/ 180
Nota: 36,63
Indicador político
140
42.12
Indicador econômico
138
32.48
Indicador legislativo
148
44.15
Indicador social
149
48.50
Indicador de segurança
172
15.88

Mais de um quinto dos 168 milhões de bengaleses vivem abaixo da linha da pobreza e têm pouco acesso à imprensa tradicional. A Internet desempenha um papel crescente na disseminação e troca de informações

Cenário midiático

Os dois principais meios de comunicação estatais, a Bangladesh Television (BTV) e a rádio Bangladesh Betar, funcionam como órgãos de propaganda do governo. O setor privado é muito diversificado, com 3 mil veículos de comunicação impressos, diários ou periódicos, 30 emissoras de rádio, 30 redes de televisão e várias centenas de portais de notícias. Nesse cenário, os dois canais dedicados exclusivamente a notícias, Somoy TV e Ekattor TV, têm grande audiência. Os dois principais jornais diários do país, o Prothom Alo, em bengali, e o The Daily Star, em língua inglesa, conseguem manter uma certa liberdade editorial.  

Contexto político

Desde a independência do país, em 1971, os sucessivos governos sempre trataram a imprensa como uma ferramenta de comunicação. O da primeira-ministra Sheikh Hasina, no poder desde 2009, não é exceção. Membros e apoiadores de seu partido, a Liga Awami, promovem regularmente ataques físicos violentos direcionados a jornalistas dos quais não gostam, enquanto campanhas de assédio judicial são realizadas para silenciar alguns desses profissionais ou forçar o fechamento de meios de comunicação. Nessas condições, os editores têm o cuidado de não contestar nenhuma afirmação que venha do governo. 

Quadro jurídico

A Lei de Segurança Digital (Digital Security Act, DSA) é um dos textos mais severos do mundo contra jornalistas: permite buscas e prisões sem mandado e violação do sigilo das fontes por motivos arbitrários e prevê penas de até 14 anos de prisão para qualquer jornalista que publique informações consideradas “propaganda contra o pai da nação”, ou seja, o pai da atual primeira-ministra. Nesse contexto, os editores fazem amplo uso da autocensura. 

Contexto económico

A imprensa privada está concentrada nas mãos de um punhado de empresários que surgiram graças ao boom econômico de Bangladesh. Os donos dos meios de comunicação os veem como meras ferramentas de influência e priorizam a lucratividade, a ponto de preferirem boas relações com o governo à garantia de independência editorial. Assim, muitas vezes são os representantes do governo que decidem quem serão os convidados dos talk shows noturnos nos canais de televisão privados.

Contexto sociocultural

Embora na Constituição seja definido como um país laico, Bangladesh reconhece o Islã como religião de Estado. Essa ambiguidade se reflete na mídia, onde qualquer coisa que esteja relacionada a assuntos religiosos é tabu. A grande mídia nunca aborda a questão das minorias religiosas, embora elas representem um total de 10 milhões de indivíduos. Na última década, grupos islâmicos radicais empreenderam campanhas extremamente violentas que resultaram no assassinato de jornalistas. Esses mesmos grupos agora usam as redes sociais para rastrear quaisquer comentários jornalísticos sobre secularismo, pluralismo de pontos de vista e liberdade de religião.  

Segurança

Violência policial, ataques de ativistas políticos, assassinatos orquestrados por círculos jihadistas e redes criminosas. Os jornalistas de Bangladesh estão ainda mais expostos a ataques uma vez que esses crimes ficam impunes. A Lei de Segurança Digital permite manter jornalistas e blogueiros na prisão, em condições terríveis. Por fim, em uma profissão ainda predominantemente masculina, as jornalistas têm que lidar com uma cultura de assédio persistente e são alvo de campanhas de ódio online quando tentam defender publicamente seus direitos.