Na Cisjordânia, os jornalistas são vítimas de violações em dobro, tanto pela Autoridade Palestina quanto pelas forças de ocupação israelenses. Na Faixa de Gaza, as ofensivas militares israelenses e as políticas do Hamas ameaçam a imprensa.
Cenário midiático
Os veículos de comunicação afiliados à Autoridade Palestina ou ao Fatah são a Palestine TV e a agência de notícias Wafa, cujo conteúdo está sujeito ao seu controle. Há também meios de comunicação supostamente independentes, como a Watan TV ou a Ajyal Radio. Na Faixa de Gaza, também existem títulos filiados ao Hamas, como a agência Shehab News ou o grupo Al-Aqsa Media Network.
Contexto político
A Faixa de Gaza é um território particularmente perigoso para a liberdade de imprensa. Suspeitos de colaborar com Israel, jornalistas são prejudicados em seu trabalho pelo Hamas e pela Jihad Islâmica. Na Cisjordânia, a Autoridade Palestina está fechando sites críticos, bem como prendendo e interrogando jornalistas para exercer pressão sobre a oposição política.
Quadro jurídico
A lei básica da Autoridade Palestina prevê a liberdade dos meios de comunicação e de opinião, mas na prática colide com os reais interesses do governo. A lei de cibercriminalidade, aprovada pelo presidente Mahmoud Abbas em julho de 2017, limita a liberdade de expressão tanto quanto a liberdade de imprensa. Em Gaza, o Conselho Legislativo parou de elaborar novas leis desde 2007.
Contexto económico
Na Faixa de Gaza, a situação econômica tem uma influência importante nos meios de comunicação independentes ou semi-independentes. A maioria deles é financeiramente instável. O governo de Gaza não oferece nenhum apoio a jornalistas independentes.
Contexto sociocultural
O peso da religião conservadora é sentido no trabalho dos jornalistas. Essas restrições aparecem mais entre as mulheres, vítimas de discriminação de gênero. O acesso a determinadas áreas, por exemplo, é mais frequentemente negado a elas do que aos homens.
Segurança
O conflito com Israel atinge duramente os jornalistas palestinos, para quem cobrir os protestos é extremamente perigoso. Eles sofrem prisões, violência, destruição de equipamentos, processos judiciais e recusa de credenciamento. O uso de munição real pelo exército para dispersar os manifestantes causa ferimentos graves nos repórteres.