Américas
México
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Ranking 2023
128/ 180
Nota: 47,98
Indicador político
88
55.38
Indicador econômico
85
47.35
Indicador legislativo
75
66.32
Indicador social
142
47.16
Indicador de segurança
174
23.68
Ranking 2022
127/ 180
Nota: 47,57
Indicador político
82
58.18
Indicador econômico
84
43.37
Indicador legislativo
91
65.79
Indicador social
121
59.50
Indicador de segurança
179
11.02

Ano após ano, o México continua a ser um dos países mais perigosos e mortais do mundo para os jornalistas. O presidente Andrés Manuel López Obrador, no poder desde 2018, não realizou as reformas e as ações necessárias para conter a espiral de violência contra a imprensa.

Cenário midiático

O México é um dos países com maior concentração midiática do mundo, e os pequenos veículos independentes têm muita dificuldade de se estabelecer, até mesmo de existir. O setor de telecomunicações é dominado pela Telmex. O de rádio e televisão, pela Televisa. E o da imprensa é dominado essencialmente pela Organización Editorial Mexicana, que possui 70 jornais diários, 24 estações de rádio e 44 sites. É sobretudo por causa dessa situação que cada vez mais jornalistas independentes publicam seu próprio conteúdo nas redes sociais.

Contexto político

O presidente López Obrador e outros representantes do Estado adotaram uma retórica violenta e estigmatizante contra jornalistas e veículos de comunicação, acusando-os regularmente de apoiar a oposição. Todas as quartas-feiras, em sua coletiva matinal, promovem uma sessão intitulada “Quem é quem na divulgação de informações falsas?”, mais uma das tentativas do governo de desacreditar a imprensa. Durante seus quatro anos no cargo, o presidente criticou os jornalistas por sua falta de profissionalismo e chamou a imprensa mexicana de “tendenciosa”, “injusta” e “lixo do jornalismo”.

Quadro jurídico

A liberdade de imprensa é garantida pela Constituição mexicana e amparada pela Lei de Liberdade de Imprensa de 1917. Na prática, não existem leis que cerceiem abertamente a liberdade de imprensa, e a censura é exercida por meio de ameaças ou ataques diretos a jornalistas, mais do que por meio de processos judiciais, detenções ou suspensão de atividades.

Contexto económico

A economia mexicana é baseada em uma diversidade de setores: alta tecnologia, produção de petróleo, mineração e indústria. Embora seja a segunda maior economia da América Latina, depois apenas do Brasil, o país foi duramente atingido pela pandemia, com a perda de mais de 2 milhões de postos de trabalho. Os meios de comunicação em geral também foram impactados, e os jornalistas tiveram que encontrar fontes alternativas de renda enquanto se esforçavam para continuar seu trabalho jornalístico como freelancers.

Contexto sociocultural

O México é um país de ampla extensão territorial que se organiza em torno de grandes centros populacionais, como a Cidade do México e pelo menos outras sete cidades com mais de um milhão de habitantes. As populares telenovelas há muito funcionam como elo entre os meios de comunicação de massa e as fontes de informação para a maioria da população, uma vez que canais de televisão como TV Azteca e Televisa, empresas familiares privadas próximas do governo, são, de longe, seus principais fornecedores.

Segurança

O conluio entre as autoridades e o crime organizado representa uma séria ameaça à segurança dos jornalistas e afeta o sistema judiciário em todos os níveis. Profissionais que cobrem assuntos delicados relacionados com a política ou o crime, sobretudo na esfera local, recebem advertências e ameaças, quando não são simplesmente assassinados. Outros são sequestrados e desaparecem para sempre ou, para salvar a própria vida, se mudam para outra região do país ou para o exterior. O presidente López Obrador não realizou as reformas necessárias para conter a violência e a impunidade que a cerca. Desde 2000, cerca de 150 jornalistas foram assassinados e 28 estão desaparecidos no México.