África
Senegal
-
Ranking 2023
104/ 180
Nota: 55,82
Indicador político
79
56.43
Indicador econômico
93
46.08
Indicador legislativo
115
55.66
Indicador social
82
65.42
Indicador de segurança
111
55.51
Ranking 2022
73/ 180
Nota: 63,07
Indicador político
79
59.31
Indicador econômico
90
42.13
Indicador legislativo
86
66.67
Indicador social
76
72.43
Indicador de segurança
62
74.84

O pluralismo da mídia senegalesa é contrabalançado pelo domínio da política no tratamento da informação, sobretudo nos jornais. Embora o país tradicionalmente ofereça um contexto favorável à imprensa, nos últimos anos houve um aumento das ameaças verbais, físicas e judiciais contra jornalistas, o que gera temores de um recuo no que diz respeito ao direito à informação.

Cenário midiático

O panorama midiático do Senegal é composto por pelo menos 27 jornais diários, mais de 20 estações de rádio de interesse geral e rádios comunitárias, e cerca de 20 canais de televisão. A imprensa online é bastante desenvolvida, assim como os canais de notícias na internet. Enquanto a mídia privada dá voz a todas as correntes políticas, a televisão estatal continua a dar preferência às ações do governo e dos partidos que compõem a maioria presidencial. As emissoras de rádio e TV dos grupos Futurs Médias e D-Média estão entre as mais populares na capital, Dakar. A baixa tiragem impossibilita que os jornais sejam distribuídos por todo o território, ficando limitados principalmente à capital.

Contexto político

As raízes democráticas do país e os textos das leis em vigor garantem a liberdade de imprensa.  A maioria dos meios de comunicação privados se esforça de forma independente para revelar ou relatar problemas de gestão do governo e gerar debates nacionais. O presidente da república tem ainda o poder de nomear os membros do conselho responsáveis pela regulação do setor audiovisual, o que leva vários atores da imprensa a questionar a sua neutralidade e a pleitear o funcionamento eficaz da Alta Autoridade para a Regulação da Comunicação Audiovisual (HARCA).

Quadro jurídico

Apesar do arsenal jurídico que tende a apoiar os jornalistas no exercício de sua profissão, os profissionais da área e os veículos de comunicação continuam bastante preocupados com a manutenção, no Código de Imprensa votado em 2017, de pesadas penas privativas de liberdade para crimes de imprensa simples. A ausência de uma lei de acesso à informação continua a impedir que os jornalistas e os cidadãos acessem informações de interesse público. 

Contexto económico

Além dos veículos de comunicação do setor público e de alguns grupos de imprensa privados, quase todos os meios de comunicação do Senegal carecem de um modelo de negócios lucrativo. A venda de jornais não cobre os custos operacionais, os subsídios fornecidos pelo governo são insuficientes e a publicidade continua mal distribuída, uma vez que grande parte dela é direcionada para a mídia pública. 

Contexto sociocultural

Devido a certas restrições culturais e religiosas, a cobertura de questões LGBTI permanece difícil para os jornalistas e às vezes resulta em comentários violentos e estigmatizantes. A abordagem de certas informações relacionadas à religião pode causar tensão e até violência.

Segurança

O ano de 2022 foi marcado por um aumento de prisões e de violência contra jornalistas. Nos meses que antecederam as eleições legislativas, houve uma preocupante escalada de ameaças verbais e físicas a esses profissionais, sobretudo por parte de políticos de todo o espectro. Pela primeira vez desde 2004, um jornalista investigativo passou cerca de dois meses na prisão, acusado, entre outras coisas, de ter divulgado informações “que poderiam prejudicar a defesa nacional” e “notícias falsas que poderiam desacreditar as instituições públicas”. A prisão preventiva de outro jornalista e os ataques contra repórteres são igualmente preocupantes para a segurança dos profissionais de mídia.