O pluralismo midiático é contrabalançado pela predominância da política no tratamento da informação, principalmente pelos jornais.
Cenário midiático
O panorama midiático do Senegal é composto por pelo menos 27 jornais diários, mais de vinte estações de rádio generalistas e comunitárias e cerca de vinte canais de televisão. A imprensa online é altamente desenvolvida, assim como os canais de notícias na internet. Enquanto a mídia privada dá voz a todas as correntes políticas, a televisão nacional continua a privilegiar a atuação dos partidos que compõem a maioria presidencial. Os meios audiovisuais dos grupos Futurs Médias e D-Média são os mais seguidos na capital Dakar. Devido à baixa tiragem dos jornais, estes não podem ser distribuídos em todo o território nacional, limitando-se principalmente à capital, Dakar.
Contexto político
As raízes democráticas do país e os textos das leis em vigor garantem a liberdade de imprensa. A maioria dos meios de comunicação privados se esforça de forma independente para revelar ou relatar problemas de gestão do governo e gerar debates nacionais. O presidente da república tem ainda o poder de nomear os membros do conselho responsáveis pela regulação do setor audiovisual, o que leva vários atores da imprensa a questionar a sua neutralidade e a pleitear o funcionamento eficaz da Alta Autoridade para a Regulação da Comunicação Audiovisual (HARCA).
Quadro jurídico
Apesar do arsenal jurídico existente, que geralmente favorece o exercício da profissão de jornalista, os atores estão bastante preocupados com a manutenção, no código de imprensa votado em 2017, de pesadas penas privativas de liberdade para simples crimes de imprensa. A ausência de uma lei de acesso à informação ainda impede que os jornalistas acessem informações públicas.
Contexto económico
Para além dos meios de comunicação estatais e de alguns grupos de imprensa privados, falta um modelo de negócio eficiente em quase todos os meios de comunicação no Senegal. A venda de jornais não paga os custos operacionais, o auxílio à imprensa não é suficiente e a publicidade continua mal distribuída, com grande parte captada pela mídia estatal.
Contexto sociocultural
Devido a certas restrições culturais e religiosas, a cobertura de questões LGBTI permanece difícil para os jornalistas e às vezes resulta em comentários violentos e estigmatizantes. A abordagem de certas informações relacionadas à religião pode causar tensão e até violência.
Segurança
Embora os casos de ataques a jornalistas sejam relativamente raros no Senegal, o ano de 2021 foi caracterizado por um aumento da violência sem precedentes nos últimos anos no país. Em fevereiro de 2021, o diário Les Echos e seu diretor foram alvo de assédio nas redes sociais, após a revelação de uma denúncia contra o opositor Ousmane Sonko por um suposto estupro de uma funcionária de uma casa de massagem. Instalações de meios de comunicação, como as da rádio e televisão Futurs Médias, foram atacadas e jornalistas tiveram seus equipamentos saqueados. Graves danos materiais também foram causados nas instalações do diário nacional Le Soleil.