África
Somália
-
Ranking 2023
141/ 180
Nota: 44,24
Indicador político
98
53.44
Indicador econômico
108
44.49
Indicador legislativo
142
43.63
Indicador social
133
51.14
Indicador de segurança
169
28.50
Ranking 2022
140/ 180
Nota: 44,01
Indicador político
109
51.03
Indicador econômico
98
41.22
Indicador legislativo
141
47.72
Indicador social
116
61.80
Indicador de segurança
167
18.27

Os jornalistas somalis atuam em clima de grande insegurança e corrupção. Com mais de 50 profissionais da mídia mortos desde 2010, a Somália continua sendo o país mais perigoso para jornalistas na África.

Cenário midiático

Desde a queda da ditadura do general Siad Barre, em 1991, que pôs fim ao monopólio estatal da mídia somali, o setor se desenvolveu e se diversificou, apesar de um ambiente extremamente hostil e instável. As rádios continuam a ser a fonte de informação mais popular, uma vez que o acesso à informação via televisão continua a ser um fenômeno essencialmente urbano. Existem dois canais de TV públicos e vários privados, alguns dos quais criados pela diáspora e transmitidos via satélite do exterior. O Universal TV, com sede em Londres, é o mais conhecido. Os veículos impressos estão em declínio e hoje restam apenas dois jornais na capital, Mogadíscio.

Contexto político

Os jornalistas somalis enfrentam pressões políticas e tentativas de corrupção com frequência. Vários meios de comunicação pertencem diretamente a líderes políticos, incluindo membros do Parlamento, do poder Executivo e mesmo diplomatas. Cada estado federado também possui seu próprio meio de comunicação, muitas vezes considerado o porta-voz das autoridades locais.

Quadro jurídico

O arcabouço legal é muito repressivo. Não é incomum que jornalistas sejam levados a tribunais militares, na tentativa de justificar sua detenção prolongada, ou a tribunais civis, que se baseiam no código penal de 1964 e em leis que datam da ditadura militar. A moratória das detenções de jornalistas, prometida pelas autoridades em 2020, ainda não foi adotada.

Contexto económico

Na Somália, um dos países mais pobres do mundo, a corrupção é generalizada e não poupa jornalistas ou executivos de meios de comunicação. Os auxílios estatais são opacos e canalizados para os veículos que favorecem o governo. 

Contexto sociocultural

A importância da cultura do clã desempenha um papel considerável no tratamento da informação, sendo difícil para os jornalistas abordar assuntos de forma objetiva, respeitando a pluralidade de opiniões. Conteúdos que envolvam orientação sexual ou questão de gênero são considerados tabus devido à influência do islamismo radical no país. O Al-Shabab, grupo terrorista islâmico ligado à Al-Qaeda, tem sua própria mídia, a Rádio Andalus, que transmite sua propaganda.   

Segurança

Prisões, assédio, agressão sexual contra jornalistas mulheres, assassinatos – os perigos enfrentados pelos jornalistas somalis são muitos. Aqueles que não se submetem à autocensura são atacados por membros do Al-Shabab, os principais responsáveis por assassinatos de jornalistas, ou acabam sendo vítimas de prisão e detenção arbitrária (34 somente em 2021), tortura e fechamento dos veículos de comunicação onde trabalham. As autoridades da Somalilândia e da Puntlândia são particularmente repressivas e exercem enorme pressão sobre a mídia local. Esses abusos são cometidos com a maior impunidade, embora tenha havido alguns sinais encorajadores nos últimos anos, incluindo a nomeação de um promotor especial encarregado de investigar os assassinatos de cerca de cinquenta profissionais da mídia.