África
República Centro-Africana
-
Ranking 2023
98/ 180
Nota: 57,56
Indicador político
99
53.39
Indicador econômico
74
49.02
Indicador legislativo
86
63.88
Indicador social
78
66.56
Indicador de segurança
112
54.97
Ranking 2022
101/ 180
Nota: 56,96
Indicador político
107
51.21
Indicador econômico
99
41.07
Indicador legislativo
103
62.06
Indicador social
92
68.25
Indicador de segurança
102
62.19

Em um país que luta para sair da guerra civil, jornalistas e meios de comunicação continuam encurralados entre grupos armados e as autoridades, cuja aproximação com o governo russo foi acompanhada por uma forte disseminação de desinformação.

Cenário midiático

Existem apenas dois canais de televisão na República Centro-Africana (RCA), país onde o rádio continua a ser o meio dominante, com várias dezenas de estações por todo o país. A rádio Ndeke Luka é um dos poucos veículos de transmissão de informações que respeitam fatos e fontes, assim como a Rede de Jornalistas pelos Direitos Humanos (RJDH) e algumas associações de blogueiros e jornalistas dedicados à checagem de fatos, todos alvo de pressões constantes. Tendenciosa e sem distribuição fora da capital, Bangui, a imprensa escrita, que conta com cerca de sessenta títulos, muitas vezes se limita a artigos de opinião, boatos ou campanhas difamatórias.

Contexto político

Apesar do estado de degradação em termos de investimentos e recursos, que perdura há anos, os veículos de comunicação públicos continuam influentes e permanecem sob o controle do Executivo. O Conselho Superior de Comunicação é acusado pelos jornalistas de impor sanções arbitrárias, quando estas não são aplicadas diretamente pelo governo, como foi o caso de dois sites de notícias em 2021. As tentativas de intimidação de veículos de comunicação independentes são frequentes: em 2022, após a divulgação de várias investigações que revelavam falhas na governança do país, o ministro da Comunicação informou uma das principais rádios independentes que os termos de sua parceria com o governo seriam revistos, assim como o valor dos impostos que ela deveria pagar.

Quadro jurídico

Uma nova lei sobre liberdade de comunicação foi adotada em 2020 para substituir a anterior, que datava de 2005. Bastante protetora na teoria, na prática, a lei não permite o exercício do jornalismo independente e de qualidade. Em outubro de 2022, foi observado um retrocesso na liberdade de imprensa, com a apresentação de um projeto de lei que prevê a criminalização dos delitos de imprensa e o controle do governo sobre o órgão regulador da mídia, tudo isso em um contexto de ataques recorrentes a jornalistas.

Contexto económico

A pobreza e a guerra dificultam o desenvolvimento da mídia, e os jornalistas centro-africanos atuam em condições muito precárias. As diárias pagas por organizadores de eventos muitas vezes constituem a principal fonte de renda dos repórteres. Desde sua chegada, em 2018, os russos criaram uma estação de rádio e assumiram o controle de muitos veículos de comunicação e blogs, que difundem propaganda e transmitem informações falsas, principalmente sobre a França e os jornalistas franceses na RCA.

Segurança

Em um país cuja maior parte do território não está sob o controle do Estado, as autoridades estão cada vez mais intolerantes em relação a críticas. Os jornalistas que entrevistam os vários protagonistas do conflito são rotineiramente tratados como espiões ou cúmplices dos grupos armados. A violência, as pressões, as ameaças e o assédio online são frequentes. Aqueles que cometem crimes contra jornalistas gozam de total impunidade, e a lista de vítimas não para de crescer: Elisabeth Blanche Olofio, Désiré Luc Sayenga, René Padou, a fotojornalista francesa Camille LePage, além de três repórteres investigativos russos, Orhan Djemal, Kirill Radtchenko e Alexandre Rasstorguyev, que, em 2018, investigavam a presença de mercenários de seu país na RCA. Em setembro de 2022, o diretor de um jornal passou dez dias preso por causa de um artigo sobre um caso de desvio de fundos.

Ataques em tempo real na República Centro-Africana

Assassinados a partir de 1o de janeiro 2024
0 jornalistas
0 colaboradores de meios
0
Detidos atualmente
0 jornalistas
0 colaboradores de meios
0