As violações da liberdade de imprensa são muito raras nas Seychelles, país africano mais bem classificado no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa da RSF de 2022. O ambiente é bastante favorável ao exercício do jornalismo.
Cenário midiático
Nos últimos dez anos, o pluralismo da mídia, a diversidade de opinião e a possibilidade de abordar os assuntos mais sensíveis vêm se consolidando nas Seychelles. O arquipélago possui uma dezena de meios de comunicação, incluindo um grupo audiovisual público (SBC), o mais popular, que inclui dois canais de televisão e duas estações de rádio e dá acesso a diversos meios de comunicação internacionais. Lançado em 2017, o TéléSesel é o único canal privado do país, que conta também com duas rádios privadas, a Pure 907 e a K-Radio. Existem vários veículos de mídia impressa, incluindo o diário público Nation e o privado Today in Seychelles.
Contexto político
Desde a introdução do sistema multipartidário, em 1993, os reflexos da autocensura ligados a décadas de um regime comunista único foram se dissipando gradualmente. A mídia pública não hesita mais em criticar o governo ou abordar questões como corrupção e nepotismo. No entanto, várias publicações continuam alinhadas a partidos políticos.
Quadro jurídico
A liberdade de imprensa é garantida pela Constituição e a difamação foi descriminalizada em 2021 – um grande avanço depois da adoção, três anos antes, de uma lei de acesso à informação pública. O sigilo das fontes é protegido, e cada meio de comunicação tem seu próprio código de ética. Desde 2014, a defesa dos jornalistas e da liberdade de imprensa é assegurada pela Associação de Profissionais da Mídia das Seychelles (AMPS).
Contexto económico
A redução considerável do custo de criação de meios audiovisuais (o preço de uma licença de rádio foi dividido por oito desde 2012) permitiu o surgimento de novos meios privados e quebrou o monopólio da radiodifusão pública. A imprensa escrita, que sofre com a falta de rentabilidade, ainda tem de arcar com os altos custos de impressão e distribuição em um arquipélago composto por 115 ilhas, o que está levando alguns jornais a abandonar gradualmente a versão em papel em favor das versões online. O diário estatal Nation é o único que ainda continua chegando às bancas.
Contexto sociocultural
As Seychelles são um dos raros países africanos com mais jornalistas mulheres do que homens.
Segurança
Ataques a jornalistas são muito raros. Eles acontecem sobretudo nas redes sociais, e costumam vir de militantes de partidos políticos. As sanções contra a mídia são pouco frequentes, mas podem ser extremamente severas, como foi o caso de uma condenação por difamação em 2020 na qual um jornal teve de pagar multa de mais de 23 mil euros por um artigo escrito em 2016.