Ranking 2023
79/ 180
Nota: 61,19
Indicador político
65
60.63
Indicador econômico
30
63.48
Indicador legislativo
26
80.66
Indicador social
40
80.40
Indicador de segurança
179
20.78
Ranking 2022
106/ 180
Nota: 55,76
Indicador político
70
61.21
Indicador econômico
86
42.86
Indicador legislativo
36
79.45
Indicador social
62
76.43
Indicador de segurança
165
18.84

O conflito armado desencadeado pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022 ameaça a sobrevivência da esfera midiática ucraniana. Nessa "guerra de informação", o país está na linha de frente para resistir à expansão do sistema propagandista do Kremlin.

Cenário midiático

O cenário midiático da Ucrânia é diversificado, mas permanece em parte nas mãos dos oligarcas, que controlam a maioria das redes de TV nacionais. O setor sofre com o forte impacto da agressão russa, que desestabilizou o trabalho das redações, chegando a ameaçar sua sobrevivência. Nos territórios controlados pelos russos – a Crimeia, anexada em 2014, Donbass e as áreas ocupadas pelo Exército russo em 2022 –, a imprensa ucraniana é silenciada e muitas vezes substituída pela propaganda do Kremlin.

Contexto político

Mesmo antes do confronto militar, a "guerra de informação" com a Rússia mantinha um clima deletério na Ucrânia: proibição de mídia considerada pró-Kremlin por decreto presidencial, restrição de acesso às redes sociais russas... Esta se intensificou desde a invasão liderada por Moscou. A mídia que transmitia a propaganda russa foi bloqueada, enquanto o exército russo alvejava deliberadamente jornalistas, meios de comunicação e infraestrutura de telecomunicações para impedir que a população ucraniana tivesse acesso a informações independentes.

Quadro jurídico

Desde a “Revolução da Dignidade”, em 2014, o país vem adotando uma série de leis sobre transparência da mídia, acesso à informação e proteção de jornalistas. A criação da emissora pública independente Suspilne, em 2017, foi a mais emblemática dessas reformas. A aprovação, no fim de 2022, de uma nova lei de mídia, após anos de preparação, tem por objetivo uma harmonização com a legislação europeia. A aplicação da lei marcial traduz-se, por vezes, em restrições ao trabalho informativo dos jornalistas.

Contexto económico

A invasão russa fragilizou a economia e fez com que os meios de comunicação sofressem uma perda significativa de assinantes e anunciantes. Somada a outras consequências da guerra, como a destruição, o colapso das cadeias de abastecimento e o exílio forçado de funcionários, essa situação ameaça a sobrevivência de um grande número de veículos de comunicação ucranianos. Várias centenas deles já tiveram de fechar, outros reduziram as atividades e colocaram seus funcionários em licença temporária não remunerada. A mídia local continua sendo a mais frágil diante desses desafios.

Contexto sociocultural

A guerra mudou drasticamente o trabalho dos jornalistas e os temas cobertos por eles. Os ataques russos que acontecem por todo o território transformaram todos em repórteres de guerra. A imprensa ucraniana, contudo, continua a cobrir questões sociais e a desempenhar seu papel fundamental na denúncia da corrupção das elites do país. A desigualdade de gênero na mídia ainda é um problema, especialmente quando se trata de buscar a opinião de especialistas em determinados assuntos – situação que se agravou depois da invasão russa.

Segurança

Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, no fim de fevereiro de 2022, a segurança dos jornalistas tem estado mais ameaçada do que nunca. Muitas vezes, eles são alvejados de maneira deliberada, apesar de estarem identificados como “imprensa”, e o número de repórteres feridos e mortos não para de aumentar. Antes da guerra, jornalistas às vezes eram alvo de agressões físicas, principalmente durante manifestações. Ciberataques, quebra de confidencialidade das fontes e restrição de acesso à informação também eram motivo de preocupação.