Ranking 2022
108/ 180
Nota: 55,52
Indicador político
72
60.50
Indicador econômico
113
38.13
Indicador legislativo
70
69.54
Indicador social
103
65.36
Indicador de segurança
128
44.10
Ranking 2021
70/ 180
Nota: 70,99
N/A
Estes indicadores não estão disponíveis antes de 2022 em função de uma mudança metodológica

A liberdade de imprensa sofreu um sério revés no período 2021-2022. Os jornalistas foram regularmente impedidos de cobrir livremente questões de migração e saúde, e o assassinato em abril de 2021 de um conhecido repórter, Giorgos Karaivaz, ainda não foi elucidado.

Cenário midiático

A confiança da população nos meios de comunicação é uma das mais baixas da Europa há muitos anos. Alguns grandes grupos privados, como Skai, convivem com centenas de veículos de comunicação online, o que contribui para uma ampla fragmentação do cenário midiático. Da mesma forma, uma minoria de empreendedores administra a maioria esmagadora da mídia ao mesmo tempo em que está envolvida em outros setores de negócios altamente regulamentados. Alguns deles mantêm laços estreitos com a elite política do país.  Como resultado, a imprensa nacional é muito polarizada.

Contexto político

O porta-voz do governo está encarregado de supervisionar a mídia pública, o que coloca em risco sua independência editorial. O órgão regulador de radiodifusão, o Conselho Nacional de Radiodifusão, acusado de ser lento e ineficiente, não foi significativamente reformulado nem pelo atual governo nem pelo anterior.

Quadro jurídico

As alterações recentes do código penal, adotadas oficialmente, entre outras coisas, para combater a pandemia de Covid-19, abriram caminho para uma restrição desproporcional da liberdade de imprensa por motivos jurídicos duvidosos. O crime de divulgação de informações falsas, agora passível de cinco anos de prisão, vai diretamente contra as normas jurídicas europeias e os compromissos internacionais subscritos pela Grécia. Ele representa uma séria ameaça ao direito dos repórteres de publicar informações de interesse público e aumenta muito o risco de autocensura.

Contexto económico

A crise econômica da última década, a diminuição das receitas publicitárias, bem como a redução do leitorado enfraqueceram permanentemente a mídia. Como resultado, os meios de comunicação se tornaram dependentes da ajuda do governo. No entanto, no âmbito de uma comissão parlamentar de inquérito, foi recentemente revelado que os fundos públicos, de milhões de euros, foram designados prioritariamente aos meios de comunicação para financiar campanhas publicitárias nacionais, incluindo as relacionadas com a pandemia. Os critérios de distribuição opacos favoreceram assim a imprensa pró-governo.

Contexto sociocultural

As instalações de alguns meios de comunicação são regularmente atacadas por ativistas de extrema-direita e extrema-esquerda, que os consideram inimigos ideológicos. Além disso, as mulheres jornalistas enfrentam muitas práticas sexistas em seu local de trabalho. 

Segurança

A polícia recorre regularmente à violência para dificultar a cobertura jornalística dos protestos e da crise dos refugiados nas ilhas gregas. Além disso, uma jornalista holandesa teve que deixar o país depois de ser atacada na rua e submetida a uma campanha de difamação na mídia pró-governo por causa de sua discussão acalorada com o primeiro-ministro sobre a rejeição de migrantes. Por outro lado, apesar da promessa de uma investigação célere, a justiça não avançou no caso do assassinato do jornalista veterano Giorgos Karaivaz, abatido em plena luz do dia diante de sua residência em Atenas.