Ranking 2023
107/ 180
Nota: 55,2
Indicador político
100
53.31
Indicador econômico
134
37.66
Indicador legislativo
92
61.36
Indicador social
130
52.23
Indicador de segurança
91
71.44
Ranking 2022
108/ 180
Nota: 55,52
Indicador político
72
60.50
Indicador econômico
113
38.13
Indicador legislativo
70
69.54
Indicador social
103
65.36
Indicador de segurança
128
44.10

A liberdade de imprensa sofreu graves reveses entre 2021 e 2023, especialmente com o escândalo das escutas telefônicas, que revelou que o Serviço Nacional de Inteligência (EYP) espionava vários jornalistas. Além disso, os processos-mordaça são comuns e, ainda mais preocupante, o assassinato do jornalista especializado em investigações criminais Giorgos Karaïvaz, em 2021, ainda não foi elucidado.

 

Cenário midiático

A confiança da população grega nos meios de comunicação é uma das mais baixas da Europa há muitos anos. Alguns grandes grupos privados, como Alter Ego Media, convivem com centenas de veículos de comunicação online, o que contribui para uma ampla fragmentação do cenário midiático. Da mesma forma, uma minoria de empresários administra a maioria esmagadora da mídia, ao mesmo tempo que está envolvida em outros setores de negócios altamente regulamentados. Alguns deles mantêm laços estreitos com a elite política do país. Como resultado, a imprensa nacional é muito polarizada.

Contexto político

O porta-voz do governo está encarregado de supervisionar a mídia pública, o que coloca em risco sua independência editorial. Acusado de ser lento e ineficiente, o Conselho Nacional de Radiodifusão, órgão responsável pela regulação do setor, não foi significativamente reformulado nem pelo atual governo nem pelo anterior. Sob o comando do primeiro-ministro, o Serviço Nacional de Inteligência (EYP) esteve envolvido na vigilância de jornalistas, muitos dos quais foram espionados com a ajuda do spyware Pegasus.

Quadro jurídico

Apesar de garantias constitucionais, a liberdade de imprensa tem sido questionada no âmbito legislativo. As novas leis aprovadas pelo Parlamento, destinadas a fornecer aos cidadãos uma maior proteção  contra a vigilância arbitrária, em resposta ao escândalo das escutas telefônicas “Predatorgate”, ficam aquém dos padrões europeus. Além disso, um novo projeto de lei sobre os meios de comunicação levou à criação de um controverso comitê de ética. No entanto, emendas anteriores ao Código Penal que permitiam uma restrição desproporcional da liberdade de imprensa com base em fundamentos jurídicos questionáveis foram finalmente revogadas.

Contexto económico

A crise econômica da última década, combinada com o declínio do número de leitores e dos orçamentos de publicidade, colocou em risco a sobrevivência de muitos veículos de comunicação em longo prazo. O impacto da nova legislação para aumentar a transparência da propriedade e do financiamento da mídia ainda precisa ser avaliado.

Contexto sociocultural

As instalações de alguns meios de comunicação são regularmente atacadas por ativistas de extrema-direita e extrema-esquerda, que os consideram inimigos ideológicos. Além disso, as mulheres jornalistas enfrentam muitas práticas sexistas em seu local de trabalho. 

Segurança

As forças de segurança recorrem regularmente à violência para dificultar a cobertura jornalística de protestos e da crise dos refugiados nas ilhas gregas. A polícia abriu um processo criminal contra um renomado fotojornalista detido enquanto cobria uma operação policial em Atenas. Outro jornalista, vítima de violência policial injustificada, só conseguiu ganho de causa nos tribunais depois de longos 12 anos. Apesar das prisões de abril de 2023, o assassinato do jornalista veterano Giorgos Karaïvaz, morto a tiros em plena luz do dia em frente à sua residência em Atenas em 2021, ainda precisa ser elucidado. No entanto, esperam-se soluções concretas de um grupo de trabalho sobre a proteção dos jornalistas.