A imprensa, assim como toda a sociedade eritreia, está submetida ao arbítrio absoluto do presidente Isaias Afwerki, responsável por crimes contra a humanidade segundo um relatório publicado pela ONU em junho de 2016. Não há mídia independente no país, e os jornalistas estão no exílio ou na prisão.
Cenário midiático
Todos os meios de comunicação independentes foram banidos desde a instauração da ditadura, em setembro de 2001. Nenhuma mídia estrangeira ou nacional está autorizada a operar no país. Os únicos “meios de comunicação” existentes são aqueles controlados diretamente pelo Ministério da Informação: uma agência de notícias, algumas publicações e o canal de televisão Eri TV. Eles estão sujeitos a um controle estrito e devem transmitir a propaganda do regime. O acesso à informação pela Internet é muito limitado. O único fio de esperança para aqueles que desejam se informar sobre a situação na Eritreia é a Radio Erena, que completou dez anos em 2019. Essa estação de rádio independente e apolítica é operada de Paris por jornalistas no exílio. Contudo, seu sinal é interrompido com regularidade.
Contexto político
O domínio do regime sobre a informação é absoluto, assim como a paranoia do ditador Afwerki, que limita as informações e faz com que circulem o mínimo possível, inclusive entre os membros de seu governo.
Quadro jurídico
A liberdade de imprensa é garantida pela Constituição, mas nunca foi aplicada. Na prática, o jornalismo é proibido no país.
Contexto económico
A Eritreia é um país economicamente enfraquecido e um dos mais pobres do mundo. Não há mercado publicitário para a mídia, cuja criação ou implementação estão proibidas.
Contexto sociocultural
A sociedade eritreia vive com medo há duas décadas. Os dissidentes são presos ou forçados ao exílio, e a liberdade de expressão é inexistente. Os poucos jornalistas estrangeiros que puderam visitar o país nos últimos anos foram quase sempre acompanhados, e as pessoas que entrevistaram, monitoradas.
Segurança
A Eritreia é uma das maiores prisões para jornalistas no mundo. Segundo informações da RSF, atualmente há pelo menos 11 jornalistas presos nas masmorras do regime, sem acesso à família ou a um advogado. “Não vamos soltá-lo, e não haverá julgamento”, declarou o presidente eritreu em uma entrevista em 2009, referindo-se ao jornalista sueco-eritreu Dawit Isaak, mantido incomunicável e em condições terríveis há 20 anos. O monitoramento do regime é permanente. Nos cibercafés, os jornalistas são obrigados a se identificar antes de serem autorizados a se conectar à Internet.