Embora os meios de comunicação tenham pensado que haviam acabado com as figuras midiaticamente intocáveis durante a Revolução de Outubro em 2019, a pressão política é mais forte do que nunca.
Cenário midiático
Há uma verdadeira liberdade de tom na mídia libanesa, mas o mercado é, na realidade, controlado por alguns indivíduos diretamente afiliados a partidos ou pertencentes a dinastias locais. Os canais mais influentes são LBCI, Al Jadeed e MTV, respectivamente de propriedade das famílias Daher-Saad, Khayat e Murr. Al Manar é o canal oficial do Hezbollah.
Contexto político
O cenário midiático é caracterizado pela ingerência dos partidos políticos na mídia, que depende de investidores e reflete a estrutura política libanesa. Encontram-se na imprensa as diferenças políticas e comunitárias do país, como a vigilância confessional que pesa sobre a mídia. O jornalismo tornou-se assim uma arma de pleno direito no conflito político.
Quadro jurídico
A lei exige que a mídia seja transparente sobre sua propriedade e financiamento. No entanto, alguns meios de comunicação desenvolvem estruturas particularmente opacas neste nível. Além disso, o código penal libanês considera a difamação, a calúnia e a difusão de informações falsas como infrações, com base em uma definição muito vaga. Há uma preocupante instrumentalização da justiça, que condena regularmente os meios de comunicação e os jornalistas ao pagamento de multas ou prisão à revelia.
Contexto económico
A mídia sofre com a crise financeira histórica pela qual o país está passando. A explosão do porto de Beirute, em agosto de 2020, obrigou os meios de comunicação a fazer grandes cortes orçamentários, tanto em suas atividades quanto em sua força de trabalho. Muitos jornalistas e redações sediados na capital e afetados pela explosão dependem da ajuda internacional para se recuperar e lidar com a crise. Hoje, a escassez de combustível e eletricidade os impede de ir ao campo.
Contexto sociocultural
A opinião pública é predominantemente conservadora e certos assuntos permanecem tabus ou mesmo proibidos, como a crítica ao patrimônio cultural e religioso. Misoginia e racismo não são incomuns no setor, e jornalistas mulheres são frequentemente alvo de campanhas de difamação. Ativistas políticos se envolvem em campanhas de intimidação, especialmente partidários do Hezbollah, que usam o Twitter para ameaçar jornalistas.
Segurança
Durante as manifestações da revolução de outubro de 2019, os ataques e ações judiciais contra a mídia se intensificaram. A polícia recorreu a um uso desproporcional da força. Repórteres que trabalham para a mídia próxima ao governo são agredidos pelos manifestantes, que os veem com desconfiança.