Na Áustria, a liberdade de imprensa foi enfraquecida por várias pressões políticas ou restrições ao acesso à informação. Em eventos públicos, a violência impedia os jornalistas de reportar livremente.
Cenário midiático
Dominado por 14 grandes meios de comunicação, o mercado de jornais diários é pequeno e altamente concentrado. O mais antigo deles, o Wiener Zeitung, talvez encerre suas atividades - um desaparecimento que, sem dúvida, enfraqueceria um pluralismo já restrito. A imprensa marrom é a que detém o maior número de leitores.
Contexto político
As tentativas de influenciar a imprensa são constantes na Áustria. Alguns políticos são suspeitos de usar dinheiro público para comprar cobertura favorável dos tabloides, enquanto outros tentaram intervir indo diretamente às redações, como o ex-chanceler Sebastian Kurz. Este último foi forçado a renunciar em 2021 devido a suspeitas de comprar cobertura positiva de um jornal privado.
Quadro jurídico
A Áustria é o último estado membro da UE que ainda não possui uma lei sobre liberdade de informação, mas vários projetos de lei estão em andamento para remediar isso, como o que aboliu o segredo de Estado. O "direito de acesso à informação" também deve ser constitucionalizado. No entanto, esses projetos de lei ainda não foram aprovados pelo Parlamento, embora estejam prontos desde o início de 2021.
Contexto económico
A mídia de qualidade está em dificuldades financeiras, então alguns de seus representantes pediram a adoção urgente de uma nova lei sobre subsídios à imprensa. Isso permitiria, sobretudo, alocar recursos públicos de acordo com a qualidade dos conteúdos midiáticos e não mais proporcionalmente à circulação, como ocorre atualmente. Os tabloides desfrutam da maior receita publicitária, devido à sua grande tiragem.
Contexto sociocultural
A pandemia de Covid-19 polarizou parte da sociedade austríaca, e ativistas de extrema direita e opositores da vacinação não hesitaram em ameaçar e agredir jornalistas durante manifestações.
Segurança
A cobertura dos protestos pelos repórteres também tem sido cada vez mais obstruída pela polícia, ameaçando-os com ações na justiça ou assediando-os por meio de repetidas verificações de identidade. Mulheres jornalistas estão particularmente expostas a esse tipo de risco. Cartas ameaçadoras enviadas às redações também são comuns.