A interferência das autoridades mina os esforços empreendidos para melhorar a liberdade de imprensa. Em 2021, o país registrou um nível sem precedentes de violência física contra jornalistas.
Cenário midiático
Além de sua pluralidade, o cenário midiático é caracterizado por uma forte polarização política. A televisão continua a ser a principal fonte de informação. Os donos de mídia geralmente mantêm o controle do conteúdo editorial, como o canal da oposição Rustavi 2, que mudou sua linha editorial após seu retorno a um antigo proprietário. As rádios regionais e comunitárias estão cada vez mais fortes, enquanto a audiência da imprensa escrita está diminuindo e a das notícias online está crescendo.
Contexto político
O país atravessa uma nova e grave crise política desde as disputadas eleições legislativas de outubro de 2020. Este ambiente é propício para uma competição reforçada pelo controle dos canais de televisão. Embora a lei georgiana proíba os partidos de possuir meios de comunicação, os principais canais geralmente defendem os interesses de seus proprietários, que muitas vezes são próximos de políticos. O mesmo vale para os meios de comunicação públicos sujeitos à interferência das autoridades. Estas às vezes atacam a mídia que os critica por meio de censura, buscas e intimidações.
Quadro jurídico
Ao contrário das reformas anteriores, que reforçaram o pluralismo e a transparência nos meios de comunicação, o governo demonstrou seu desejo de controlar os canais independentes de rádio e televisão por meio de uma reforma da lei de comunicações eletrônicas. Os tribunais tentam, por vezes, atacar o sigilo das fontes, que, no entanto, é garantido pela lei da liberdade de expressão.
Contexto económico
O mercado publicitário continua pouco desenvolvido na mídia impressa e online, em grande parte financiadas por doadores, geralmente ocidentais.
Contexto sociocultural
A sociedade georgiana é marcada por fortes tensões sociais em determinadas áreas, como religião, direitos LGBT ou a influência da Rússia, que impactam o trabalho dos jornalistas. Figuras sociais influentes, como membros do clero ortodoxo, são grampeados pelos serviços de segurança, o que viola o sigilo das fontes dos jornalistas.
Segurança
Agressões verbais e físicas a jornalistas são frequentes, inclusive por parte de altos funcionários do Estado, principalmente no contexto de eleições. O linchamento de cerca de 50 repórteres durante contramanifestações homofóbicas em julho de 2021, diante de policiais impassíveis, marcou um revés sem precedentes. A falta de transparência e de progresso nas investigações atesta a impunidade dos crimes cometidos contra jornalistas no país.