Américas
El Salvador
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Ranking 2023
115/ 180
Nota: 51,36
Indicador político
157
38.13
Indicador econômico
119
41.47
Indicador legislativo
114
55.85
Indicador social
137
49.32
Indicador de segurança
89
72.03
Ranking 2022
112/ 180
Nota: 54,09
Indicador político
137
42.94
Indicador econômico
107
39.07
Indicador legislativo
101
63.22
Indicador social
111
62.86
Indicador de segurança
100
62.37

Os meios de comunicação estão entre as vítimas da violência generalizada que reina em El Salvador. Desde que assumiu a presidência, em junho de 2019, o presidente Nayib Bukele ataca e ameaça jornalistas críticos a seu governo. A profissão é marcada pelo assédio aos veículos de comunicação críticos ao governo, assim como pela criminalização dos profissionais que cobrem segurança pública e gangues. O uso de trolls reforça a narrativa oficial, e informações sobre assuntos de interesse público tornaram-se confidenciais desde a pandemia.

Cenário midiático

O panorama midiático salvadorenho é relativamente diversificado, dividindo-se entre os meios considerados tradicionais, sobretudo a imprensa escrita (El Diario de Hoy, La Prensa Gráfica, El Mundo), canais de notícias e estações de rádio. Os últimos anos testemunharam o surgimento das mídias digitais, muitas das quais dedicadas ao jornalismo investigativo, como as revistas digitais El Faro e FACTum. O Executivo do presidente Nayib Bukele dirige o jornal El Salvador, financiado com verbas públicas e dedicado a divulgar propaganda oficial e atacar a oposição. O mesmo ocorre com o programa de notícias El Salvador, transmitido pela emissora pública Canal 10.

Contexto político

O governo responde à pressão constante da oposição acusando os veículos de comunicação que investigam os gastos do Estado de estarem a serviço dessa oposição, a fim de desacreditar os críticos. O presidente Nayib Bukele exerce uma pressão particularmente forte sobre os jornalistas e recorre à tática extremamente perigosa de apresentar os veículos de comunicação como inimigos do povo. Uma reportagem da Reuters revelou, em novembro de 2022, a existência de uma “fábrica de trolls” a serviço do presidente. Existem também indícios de ações de intimidação, como batidas policiais em escritórios de veículos independentes. 

Quadro jurídico

Em El Salvador, a liberdade de expressão é garantida pela Constituição, o que não impediu o presidente de declarar confidencial todas as informações sobre gastos públicos durante a pandemia. Desde março de 2022, com o apoio da Assembleia Legislativa e no âmbito da chamada guerra às quadrilhas, o governo manteve o estado de emergência, que limita garantias constitucionais, como a confidencialidade da correspondência privada. A Assembleia também estabeleceu penas que vão de 10 a 15 anos de prisão para aqueles que, por meio do uso de tecnologias da informação e da comunicação (TIC) e de meios de comunicação, transmitam mensagens provenientes ou supostamente provenientes de grupos criminosos que possam gerar pânico na população.

Contexto sociocultural

Devido à retórica dominante anti-imprensa, os jornalistas enfrentam ataques constantes nas redes sociais e, em alguns casos, ameaças à sua integridade física e à integridade de seu equipamento. Funcionários públicos de alto escalão também estão na origem de ataques e campanhas de difamação. A maioria dos jornalistas agredidos são mulheres.

Segurança

Nenhum jornalista foi assassinado em El Salvador, mas a polícia já agrediu profissionais da informação que cobriam determinados eventos, sem nenhuma justificativa legal e com total impunidade. A investigação sobre o relatório da organização The Citizen Lab sobre o uso do spyware Pegasus para monitorar ligações telefônicas de jornalistas e membros de organizações da sociedade civil entre 2020 e 2021 também está parada. Em 2022, dez jornalistas (sete homens e três mulheres) foram para o exílio.