A liberdade de imprensa continua frágil no Lesoto. Abusos contra jornalistas não são incomuns e a imprensa carece de independência.
Cenário midiático
No geral, o panorama midiático do Lesoto é marcado pela falta de independência. O país possui dez semanários (nove privados, um público), mas continua sendo um dos poucos no continente a não ter um jornal impresso diário. O setor audiovisual vem se abrindo gradualmente desde 1997 e hoje conta com 26 estações de rádio (duas delas públicas e seis comunitárias) e uma emissora de televisão pública, criada em 1988. A mídia pública ainda é amplamente controlada pelo Estado e por líderes políticos. A informação online permanece relativamente livre, mas o acesso à Internet ainda é muito reduzido devido à falta de infraestrutura e ao custo da conexão.
Contexto político
É comum jornalistas serem vítimas de campanhas de intimidação e é difícil investigar as atividades dos políticos. Um jornal estatal foi fechado por ordem de um ministro, por ter ousado exibir o líder da oposição em uma de suas edições. A autocensura é frequente e alguns profissionais da informação optaram pelo exílio, sobretudo na África do Sul, a fim de evitá-la.
Quadro jurídico
Em 2018, o Lesoto se juntou ao grupo ainda muito restrito de países que aboliram a criminalização da difamação e, em 2021, adotou uma nova lei de mídia. Esta última, contudo, não aboliu os muitos outros dispositivos legais que podem ser usados para minar o exercício do jornalismo. A Lei de Acesso à Informação, cuja primeira versão data de 2000, nunca foi aprovada.
Contexto económico
Os jornais e o rádio, meios de comunicação dominantes devido aos baixos custos de distribuição e ao baixo nível de alfabetização, vêm perdendo pouco a pouco sua liberdade de expressão e continuam dependentes das receitas publicitárias de empresas estatais.
Segurança
A pressão contra os jornalistas se intensificou nos últimos anos, e os ataques não são incomuns. Em 2021, houve uma série de ataques muito violentos por parte da polícia: em novembro, um jornalista foi torturado e asfixiado com um saco plástico após publicar um artigo sobre roubo de armas. Em 2020, uma jornalista foi baleada pela polícia e vários de seus colegas foram presos arbitrariamente durante uma manifestação.