Lesoto

Ainda que o Lesoto tenha se juntado, em 2018, ao clube ainda pequeno de países que declararam inconstitucional a criminalização da difamação, as pressões das autoridades sobre jornalistas e meios de comunicação continuaram a se intensificar. Em 2020, uma jornalista foi baleada pela polícia e vários de seus colegas foram presos arbitrariamente durante uma manifestação. As autoridades também propuseram um conjunto alarmante de regulamentos de radiodifusão online em 2020, segundo o qual qualquer pessoa com mais de 100 seguidores nas redes sociais teria que se registrar e se submeter aos mesmos requisitos da mídia de radiodifusão. Nos últimos anos, o governo registrou queixa contra uma emissora de rádio por "incitação à violência" depois de uma série de reportagens críticas, enquanto um jornalista investigativo foi acusado de espionagem pelo exército após suas revelações de pedidos de compensação financeira de ex-amotinados. O redator-chefe do Lesotho Times, vítima de uma tentativa de assassinato em 2016 por um grupo de militares, ainda está à espera de um julgamento justo e equilibrado. As intimidações são de tal ordem que o recurso à autocensura é frequente e alguns profissionais da informação optaram pelo exílio, sobretudo na África do Sul, para escapar. Os jornais impressos e as rádios, mídias que reinam devido aos custos de distribuição e ao nível baixo de alfabetização, perdem pouco a pouco sua liberdade de tom e ainda dependem das rendas publicitárias de empresas estatais. A informação online permanece relativamente livre, mas o acesso à internet ainda é muito reduzido devido à falta de infraestrutura e ao custo da conexão.