Indonésia

Se durante seu primeiro mandato, o presidente Joko Widodo, conhecido como “Jokowi”, eleito em 2014 com um programa reformista, não manteve suas promessas de campanha em termos de liberdade de imprensa, sua reeleição em maio de 2019 foi marcada por distúrbios pós-eleitorais, durante os quais vários jornalistas foram visados.  Seus discursos benevolentes em prol da imprensa livre são contrariados pelas drásticas restrições ao acesso às duas províncias da Papua Ocidental, onde a insegurança para jornalistas locais continua a piorar.   Jornalistas estrangeiros e fixers locais ainda correm o risco de ser presos e processados: isto é válido para aqueles que tentam documentar os abusos cometidos pelas forças armadas indonésias e também para os repórteres que se contentam em cobrir questões humanitárias. As autoridades não hesitam em cortar completamente o acesso à internet durante períodos de tensão.  Como a Aliança de Jornalistas Independentes regularmente lamenta, os militares intimidam os profissionais da informação, chegando a agredi-los quando estes se tornam testemunhas incômodas de seus abusos. Os grupos religiosos radicais também prejudicam o direito de informar dos jornalistas. Ameaçados pela lei que pune a blasfêmia e pela lei “Informasi dan Transaksi Elektronik”, que dispõe sobre transações eletrônicas e de informação, inúmeros jornalistas se dizem forçados à autocensura.  Em 2020, o executivo também aproveitou a crise da Covid-19 para fortalecer seu arsenal repressivo contra jornalistas, que agora estão proibidos de publicar "informações falsas" relacionadas ao novo coronavírus, mas também qualquer "informação hostil ao presidente ou ao governo” - mesmo que nenhuma ligação com a pandemia seja estabelecida.