Índia

Com quatro jornalistas mortos em conexão com seu trabalho em 2020, a Índia é um dos países mais perigosos para repórteres que desejam exercer plenamente sua profissão.  Eles são alvo de toda forma de ataque: violência policial, emboscadas promovidas por ativistas políticos, represálias patrocinadas por grupos da máfia ou potentados locais corruptos... Desde as eleições gerais na primavera de 2019, momento de uma esmagadora vitória do Partido Bharatiya Janata, do primeiro-ministro Narendra Modi, aumentou a pressão sobre os meios de comunicação para impor a narrativa do governo nacionalista hindu. Os proponentes da Hindutva, a matriz ideológica da direita radical hindu, realizam verdadeiros expurgos de qualquer pensamento "antinacional" que possam encontrar no debate público. Sobretudo, assustadoras campanhas coordenadas de ódio e incitações ao homicídio são realizadas nas redes sociais contra jornalistas que se atrevem a falar ou escrever sobre temas incômodos. Essas campanhas são particularmente violentas quando visam mulheres. No âmbito criminal, os processos judiciais são frequentemente usados para amordaçar os jornalistas críticos das autoridades, em particular com base na seção 124A do Código Penal, que pune com prisão perpétua pessoas consideradas culpadas de "sedição".  Em 2020, o governo aproveitou a crise do novo coronavírus para aumentar seu controle das informações, ao tomar medidas legais contra jornalistas que relatavam informações diferentes das oficiais. A situação na Caxemira também continua muito preocupante: os repórteres de lá são frequentemente alvo de perseguição por parte da polícia e das forças paramilitares. Eles enfrentam regulamentações de conteúdo totalmente orwelliano e até mesmo paralisações dos meios de comunicação, como foi o caso do diário de referência no vale, o Kashmir Times.