eSwatini

A antiga Suazilândia, um pequeno enclave na África do Sul que se tornou "Eswatini" por decreto do rei em 2018, é uma monarquia absoluta que impede os jornalistas de exercer seu trabalho de maneira livre e independente. No reino de Mswati III, nenhum tribunal de justiça está habilitado a processar e julgar os membros do governo, mas qualquer crítica à monarquia é passível de processo. A justiça, longe de ser um baluarte independente e uma protetora das liberdades, costuma servir como um instrumento para enfraquecer o jornalismo. Em 2019, uma decisão judicial proibiu a publicação de artigos sobre as circunstâncias em que um novo banco obteve uma licença para operar no reino. A cultura do segredo, onipresente, dificulta o acesso à informação e o controle estatal sobre os meios de comunicação é total. O redator dos discursos do rei é também o editor-chefe do jornal mais antigo e popular do país. Os meios de comunicação audiovisual são totalmente controlados pelo governo, como a única televisão privada do país, que pertence à família real. As críticas à monarquia são puníveis com pesadas penas por meio de dezenas de leis liberticidas. Assédio, intimidação e agressão física contra profissionais da informação são comuns e resultam em autocensura quase permanente por medo de represálias. Em 2020, dois redatores de sites de notícias foram obrigados a fugir após publicarem artigos criticando o rei, promovendo o advento de um sistema multipartidário ou questionando a gestão da crise de saúde pelas autoridades. Um deles foi torturado enquanto estava detido. A polícia então foi atrás de sua esposa na tentativa de identificar o local onde o jornalista se refugiou após ser libertado. Dois anos antes, um jornalista investigativo foi forçado a fugir para a África do Sul após ser ameaçado de morte por publicar uma reportagem que revelava o envolvimento do rei em um caso de corrupção. Seu jornal foi fechado por ordem do monarca.