Mali

Embora os ataques contra jornalistas tenham diminuído, a liberdade de imprensa continua frágil. À forte insegurança ligada à ameaça terrorista, somou-se, em agosto de 2020, um golpe de Estado militar - o quarto desde a independência do país em 1960. As possibilidades de maior controle dos meios de comunicação, justificadas pela situação sanitária, têm contribuído para aumentar as preocupações dos profissionais da informação, que esperam que o novo governo de transição finalmente sancione a descriminalização dos delitos de imprensa. Mais de sete anos depois de dois jornalistas da RFI terem sido friamente abatidos em Kidal, a investigação não terminou e as circunstâncias que cercam este duplo assassinato ainda não foram elucidadas. Em 2019, uma investigação conduzida por colegas dos jornalistas assassinados contradisse a versão oficial do exército francês sobre seu papel no desenrolar dos fatos. Desde a crise de 2013, o norte e o centro do país continuam a ser zonas perigosas e pouco acessíveis, como evidenciado pelo assassinato de um jornalista em Timbuktu em 2015 e pelo caso do jornalista feito refém durante uma visita, sem ser a trabalho, ao centro do país no final de 2018. Além disso, a RSF continua a invesigar o desaparecimento de um jornalista, cuja família não tem notícias desde janeiro de 2016. A família suspeita da participação no caso de Karim Keita, filho do ex-presidente do Mali, que persegue sistematicamente jornalistas e veículos de comunicação que o associam a esse desaparecimento. A mídia do Mali também sofre pressão oficial em relação a temas de segurança. Críticas ao exército podem levar à prisão e a uma acusação por "declarações de desmobilização de tropas". Ainda que a imprensa maliense desfrute de um grande pluralismo, ela sofre de uma cruel falta de recursos e tem dificuldade em se libertar dos ditames editoriais de seus promotores.