Malaui

Vários casos de agressão a jornalistas, sobretudo por membros de partidos políticos ou por parte da polícia, foram registados em 2020. O novo presidente, no entanto, deu sinais positivos ao consagrar a entrada em vigor da lei de acesso à informação, mais de 13 anos após o início das discussões sobre o assunto, e ao realizar coletivas de imprensa regulares. Boas notícias depois da contestada eleição presidencial de 2019, que deixou marcas nas redações: redes sociais foram cortadas, duas televisões privadas foram vandalizadas e programas de rádio ao vivo com microfones abertos aos ouvintes foram proibidos no período de anúncio dos resultados. Um ano antes, o grupo de imprensa Daily Times teve que se desculpar depois que o partido no poder o acusou de divulgar informações que supostamente favoreciam outra força política. Os serviços fiscais também fecharam a sede de um grupo de veículos de comunicação que criticavam o governo. Esses ataques à liberdade de imprensa interromperam o impulso observado há vários anos, graças a uma queda drástica no número de abusos registrados contra repórteres. No entanto, o arcabouço legislativo que rege a imprensa permanece muito repressivo: prevê condenações a prisão por desacato ao chefe de Estado. Uma lei de cibersegurança aprovada em 2016 também prevê sentenças de privação da liberdade para a simples disseminação de mensagens "ofensivas" - uma estrutura legal que poderia ser usada contra blogueiros e jornalistas.