Croácia

Cenário midiático

Com menos de 4 milhões de habitantes, a Croácia exibe um panorama midiático modesto, mas variado. Meia dúzia de jornais nacionais são impressos todos os dias, mas sua propriedade permanece concentrada: dois grupos editoriais (Styria e Hanza Media) controlam três quartos do mercado. Duas principais televisões nacionais privadas asseguram uma transmissão nacional (NovaTV e RTL) e competem com a emissora pública HTV, enquanto as rádios têm principalmente uma transmissão local.

Contexto político

Trabalhar como jornalista continua complicado na Croácia. Repórteres que investigam corrupção, crime organizado e crimes de guerra, especialmente na esfera local, são muitas vezes vítimas de campanhas de assédio, enquanto ataques físicos, ameaças e violência cibernética são um grande problema, sem que haja reações por parte das autoridades. A ingerência do governo na gestão da televisão estatal HTV persiste.

Quadro jurídico

A difamação é sancionada na Croácia e regularmente usada por políticos e empresários para desencorajar investigações jornalísticas contra eles. Além disso, o "insulto à República, seu emblema, seu hino nacional ou bandeira" é passível de três anos de prisão. Mais grave ainda, desde 2013, as declarações consideradas "humilhantes" são tratadas pela justiça criminal. Os processos mordaça (SLAPPs) ainda são um flagelo no país, onde pouco menos de mil ações na justiça estão em andamento contra jornalistas ou meios de comunicação.

Contexto económico

A pandemia de Covid-19 aprofundou a crise financeira que já estava atingindo a mídia croata e reduziu ainda mais os salários nas redações. As entidades sem fins lucrativos perderam, desde 2016, parte dos fundos que lhes foram destinados por decisão governamental. Para enfrentar as dificuldades financeiras, os grandes jornais estão cada vez mais aceitando organizar eventos em colaboração com as autoridades, o que representa um problema para sua independência.

Contexto sociocultural

Os crimes cometidos pelas forças croatas durante a Guerra da Independência (1991-1995) continuam a ser um assunto tabu no país: os jornalistas que os abordam podem ser alvo de campanhas de assédio. Movimentos nacionalistas e pessoas próximas à Igreja Católica estão frequentemente por trás de ataques a jornalistas. Repórteres que investigam corrupção, especialmente na esfera local, são alvo de ataques de grupos mafiosos.

Segurança

Embora não haja assassinatos de jornalistas desde 2008, ataques físicos ou intimidações de jornalistas são registrados todos os anos, especialmente durante manifestações.