Equador

Cenário midiático

El Comercio e El Universo são os dois principais jornais do Equador, onde os ataques de agentes do Estado contra a imprensa são frequentes e onde um clima de insegurança pesa sobre os jornalistas no exercício de sua profissão.

Contexto político

Os três mandatos consecutivos de Rafael Correa (2007-2017) foram desastrosos para a liberdade de imprensa. O ex-presidente tentava constantemente controlar a agenda midiática, não hesitando em atacar pessoal e publicamente os jornalistas críticos e gerando inúmeros conflitos entre as autoridades e a imprensa independente. O período de Lenín Moreno na presidência (2017-2021) e os primeiros meses do mandato de Guillermo Lasso, eleito em maio de 2021, aliviaram as tensões entre o governo equatoriano e muitos veículos de comunicação privados.

Quadro jurídico

A Lei Orgânica de Comunicação (LOC), promulgada em 2013, foi desviada de seu objetivo e se tornou uma arma contra os jornalistas, usada com frequência para justificar demissões, processos por difamação e imposição de multas a repórteres.

Contexto económico

Em 2020, a crise de Covid-19 impactou severamente o trabalho da imprensa. Muitos jornalistas morreram da doença enquanto cobriam a pandemia, que teve também um grande impacto econômico e levou a dificuldades crescentes no acesso à informação pública.

Segurança

As intimidações e agressões contra jornalistas – sobretudo no contexto de manifestações –, assim como ataques a redações de canais de TV e emissoras de rádio continuam sendo comuns e vêm se intensificando desde 2019. Os agentes do Estado são os principais autores desses ataques. Em 2018, o sequestro e posterior assassinato de uma equipe de jornalistas do diário El Comercio na fronteira com a Colômbia foi particularmente traumático para os profissionais equatorianos. Esse episódio também levantou uma série de questões sobre segurança e métodos de trabalho nessas zonas de conflito que escapam ao controle do poder público.