El Salvador

Cenário midiático

O panorama midiático salvadorenho é relativamente diversificado, dividindo-se entre os meios considerados tradicionais, sobretudo a imprensa escrita (El Diario de Hoy, La Prensa Gráfica, El Mundo), canais de notícias e estações de rádio. Os últimos anos testemunharam o surgimento das mídias digitais, muitas das quais dedicadas ao jornalismo investigativo. A Internet permitiu que vários jornalistas utilizassem plataformas como o YouTube para analisar as ações do governo. Contando com recursos públicos, o governo dirige o jornal El Salvador, que divulga propaganda oficial e ataca a oposição.

Contexto político

O governo responde à pressão constante da oposição acusando os meios de comunicação que investigam os gastos do Estado de estarem a seu serviço, a fim de desacreditar os críticos. Nayib Bukele exerce uma pressão particularmente forte sobre os jornalistas e recorre à tática extremamente perigosa de apresentar a mídia como inimiga do povo. Em maio de 2021, com o apoio de partidos aliados, o partido do presidente, que detém a maioria na Assembleia Legislativa, exonerou os magistrados da Câmara Constitucional, bem como o procurador-geral, sem seguir o processo constitucional. 

Quadro jurídico

Em El Salvador, a liberdade de expressão é garantida pela Constituição, o que não impediu o presidente de decidir que qualquer informação relativa à pandemia era confidencial. Além disso, o governo neutralizou, por decreto, a entidade que garante o cumprimento da Lei de Acesso à Informação Pública (LAIP). Não só não foram cumpridos os trâmites legais, como foi eliminada a possibilidade de contestar os candidatos a essa comissão, dentre os quais o presidente elege um diretor e um suplente.

Contexto sociocultural

Devido à retórica anti-imprensa predominante, os jornalistas enfrentam ataques constantes nas redes sociais e, em alguns casos, ameaças à sua integridade física e à integridade de seu equipamento. A maioria dos jornalistas agredidos são mulheres.

Segurança

Nenhum jornalista foi assassinado em El Salvador, mas policiais agrediram profissionais da informação que cobriam determinados eventos, sem nenhuma justificativa legal e com total impunidade. A organização The Citizen Lab confirmou que 35 pessoas, incluindo jornalistas e membros de organizações da sociedade civil, tiveram seus telefones grampeados por meio do infame spyware Pegasus entre junho de 2020 e novembro de 2021.