Catar

AInda que a rede catari Al-Jazeera tenha revolucionado o cenário midiático no mundo árabe por sua franqueza, o que acontece no pequeno emirado do Catar permanece em silêncio, especialmente as condições de trabalho dos estrangeiros que compõem a grande maioria da população. Os jornalistas locais têm menos espaço de manobra contra um arsenal jurídico repressivo - do qual foi vítima o site Doha News, fechado em 2016 - e um forte sistema de censura. Eles enfrentam os mesmos tabus que nos países do Golfo Pérsico (governo, família governante e islamismo) sob pena de prisão. Uma lei sobre criminalidade cibernética adotada no final de 2014 impõe restrições aos jornalistas e torna a disseminação de "notícias falsas" na Internet um delito criminal. Em 21 de maio de 2018, o Catar pediu para se juntar às Cartas Internacionais da ONU sobre Direitos Civis e Políticos e Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, unindo-se assim a outros dois países do Golfo, o Kuwait e o Bahrein. Algumas questões sociais permanecem tabu: o editor responsável pela versão local do New York Times censurou mais de uma dúzia de artigos sobre direitos LGBTQ em 2018. No verão de 2017, o canal Al Jazeera e seus jornalistas foram duramente atingidos pela crise do Golfo. Seus escritórios em Riad ou Amã foram fechados.