Com promessas políticas de anos anteriores não cumpridas, a Sérvia é um país de instituições fracas, à mercê de notícias falsas difundidas por meios de comunicação sensacionalistas sustentados pelo governo. Trata-se de um país onde os ataques contra jornalistas, que partem cada vez mais da elite no poder e dos veículos de comunicação leais a esta elite, são quase diários. O governo aproveitou a pandemia de Covid-19 para aprovar uma legislação liberticida, já revogada, que fez com que a jornalista Ana Lalić fosse brutalmente detida em sua residência e passasse uma noite na prisão devido a uma reportagem sobre um hospital local. Durante as manifestações contra o governo, os jornalistas foram vítimas de violências por parte dos manifestantes e da polícia, que também realizou prisões arbitrárias. Em muitos casos, as autoridades foram rápidas em identificar os responsáveis por crimes contra jornalistas, mas a probabilidade dos processos judiciais serem conduzidos com êxito era muito pequena. Em 2020, a justiça anulou a condenação em primeira instância dos responsáveis pela morte de Slavko Ćuruvija, assassinado am 1999, levando à abertura de um novo processo. Apesar disso, um grande progresso na luta contra a impunidade foi obtido no início de 2021, quando o mandante e dois autores do incêndio na casa do jornalista Milan Jovanović, em 2018, foram condenados em primeira instância a quatro anos de prisão. Aleksandar Obradović, o mais famoso informante sérvio, continua a ser processado pela justiça, apesar da falta de provas contra ele. Os meios de comunicação independentes, muitos deles locais, não deixam de cobrir temas perigosos, como a corrupção política e o crime organizado, ainda que estejam fragilizados pela crise do novo coronavírus e que a distribuição de fundos públicos beneficie veículos fiéis ao regime.
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