Costa do Marfim

Em 2020, aumentaram as detenções e sanções injustificadas a que jornalistas são submetidos na Costa do Marfim, apesar da descriminalização dos delitos de imprensa. Jornalistas são frequentemente levados à justiça após longos interrogatórios. Veículos de comunicação também foram sancionados por terem publicado um comunicado dos advogados de um oponente político. Ataques de agentes da lei a jornalistas, especialmente durante manifestações, continuam a acontecer e demonstram a necessidade de aumentar a conscientização sobre os direitos dos profissionais da informação. A nova lei de imprensa especifica que nenhum motivo justifica o aprisionamento de jornalistas - progresso que deverá colocar fim às detenções provisórias. Embora os delitos de imprensa tenham sido descriminalizados, outras disposições são mais restritivas à liberdade, como o crime de ofensa ao chefe de Estado ou a possibilidade de processar um jornalista por relatar fatos verificados se eles envolverem a privacidade de uma pessoa. Dois jornalistas de um meio de comunicação da oposição foram pesadamente multados em março de 2020 após a publicação de um artigo sobre suposta corrupção na cúpula do Estado. A rapidez com que o caso foi analisado, alguns meses antes das eleições presidenciais, e a natureza desproporcional das multas serviram como um lembrete de que a liberdade de imprensa na Costa do Marfim depende muito do contexto político. Finalmente, apesar das promessas do presidente do país, nenhum progresso significativo foi obtido na investigação sobre o desaparecimento, em 2004, do jornalista franco-canadense Guy-André Kieffer.