Suíça

Cenário midiático

Ainda que o cenário midiático suíço seja marcado por um forte serviço de rádio e televisão públicas (SSR-SRG) e por uma imprensa escrita tradicionalmente muito diversificada, esta última sofre há vários anos os efeitos de uma concentração sem precedentes ligada à transição digital e suas consequências. Entre os principais títulos da imprensa escrita estão 24 heures, Tribune de Genève, Le Temps e La Liberté, na Suíça francófona, e Blick, Tages-Anzeiger, Neue Zürcher Zeitung e Basler Zeitung, na Suíça germanófona.

Contexto político

Os jornalistas suíços permanecem a salvo da pressão política, apesar da proximidade de alguns veículos de comunicação com determinados partidos políticos. O serviço público de radiodifusão, em particular, tem garantias sólidas contra a interferência do poder político na programação.

Quadro jurídico

Embora os jornalistas atuem em um ambiente jurídico e regulatório que geralmente respeita a liberdade de imprensa, os tribunais às vezes relutam em aplicar integralmente a jurisprudência do Tribunal Europeu de Direitos Humanos sobre liberdade de informação. Além disso, o Parlamento parece ser a favor de um endurecimento das “medidas provisórias” que permitem que um juiz civil determine a suspensão imediata e temporária de uma publicação jornalística. 

Contexto económico

Embora o cenário da mídia suíça seja tradicionalmente muito diversificado, a concentração da mídia aumentou acentuadamente nos últimos anos. Essa tendência foi particularmente sentida no setor da imprensa local, vários títulos dos quais desapareceram ou foram adquiridos por grandes grupos de imprensa em posição dominante.  Ainda que o Parlamento tenha aprovado um grande aumento dos subsídios públicos aos meios de comunicação, a decisão divide a sociedade e foi rejeitada por referendo.

Contexto sociocultural

Alguns movimentos da sociedade civil podem, por meio de suas ações, reforçar as limitações culturais que levam a formas de censura ou autocensura. Assim, ao longo de 2021, ativistas antirracistas ou que alegam fazer parte da causa feminista ou LGBTQ+ dirigiram a alguns meios de comunicação apelos à retirada de determinados conteúdos, sobretudo satíricos e, num caso, pareciam estar envolvidos com danos materiais causados nos veículos funcionais de uma redação com a intenção de intimidar.

Segurança

Desde o início da crise sanitária, os jornalistas têm sido regularmente atacados por ativistas contrários às medidas de combate à pandemia de Covid-19. Essa tendência é percebida desde o outono de 2020. Em alguns casos, esses protestos resultaram em insultos, ameaças e até agressões físicas a jornalistas.