Papua-Nova Guiné

Embora a Papua Nova Guiné ofereça um ambiente legislativo relativamente favorável para a liberdade de imprensa, a independência dos meios de comunicação é com frequência questionada. O fim do reinado do primeiro-ministro Peter O'Neill, com tendências ditatoriais, foi marcado por numerosos ataques: intimidação, ameaças diretas, censura, ações judiciais, tentativa de corrupção de jornalistas ... A alternância política e a chegada de um novo primeiro-ministro, James Marape, em maio de 2019, são vistas como um sinal encorajador para o maior grau de independência dos meios de comunicação em relação ao executivo. No entanto, os repórteres da Papua Nova Guiné continuam dependentes das preocupações dos proprietários de grupos de imprensa. É o caso dos dois principais diários do país: O Post Courier pertence à News Corp, o grupo do magnata Rupert Murdoch, que se preocupa principalmente com questões comerciais e financeiras; quanto ao The National, é de propriedade do gigante madeireiro malaio Rimbunan Hijau, que demonstra um desinteresse profundo pela cobertura de temas ambientais. Em geral, a falta de recursos financeiros e materiais concedidos pelos responsáveis pelos meios de comunicação da Papua Nova Guiné ao verdadeiro jornalismo investigativo e de campo tende a favorecer práticas pouco éticas. Nesse contexto difícil, os esforços do canal privado EMTV News para promover o jornalismo investigativo são um sinal encorajador. Quanto às redes sociais, elas estão crescendo rapidamente, mas o advento do Facebook levou à criação de muitas contas politicamente afiliadas, cuja atividade é essencialmente disseminar desinformação e atacar repórteres independentes. Os jornalistas interessados no destino dos refugiados que buscam asilo na Austrália, por sua vez, continuam impossibilitados de realizar seu trabalho nos campos de retenção terceirizados por Camberra, na Ilha de Manus e na capital Port-Moresby.