Papúa Nueva Guinea

Embora a Papua Nova Guiné ofereça um ambiente legislativo relativamente benigno para a imprensa, a independência dos meios de comunicação é frequentemente questionada. O fim do governo com tendências ditatoriais do primeiro-ministro Peter O'Neill foi marcado por numerosos ataques: intimidação, ameaças diretas, censura, ações legais, tentativa de corrupção de jornalistas... A alternância política com a chegada de um novo primeiro-ministro, James Marape, em maio de 2019, foi vista como um sinal positivo na perspectiva de uma maior independência da mídia. Infelizmente, os jornalistas logo se desiludiram, depois que o Ministro da Polícia atacou violentamente dois jornalistas em abril de 2020, a quem acusou de distorcer os fatos e cuja demissão solicitou publicamente. Além das pressões políticas, os repórteres da Papua Nova Guiné continuam dependentes das preocupações dos proprietários dos grupos de imprensa.  É o caso dos dois principais diários do país. O Post Courier pertence à News Corp, o grupo do magnata Rupert Murdoch, que se preocupa principalmente com questões comerciais e financeiras. Já ao The National, pertencente ao gigante madeireiro malaio Rimbunan Hijau, não agrada nada o interesse dos jornalistas por temas ambientais. Em geral, a falta de fundos e recursos materiais para o exercício pleno do jornalismo investigativo e a realização de reportagens em campo tende a encorajar um “jornalismo de copiar e colar”.  Nesse contexto difícil, os esforços do canal privado EMTV News para praticar e promover reportagens investigativas são animadores. As redes sociais estão crescendo rapidamente, mas o advento do Facebook levou à criação de muitas contas de cunho político, que focam em disseminar desinformação e atacar repórteres independentes. Os repórteres interessados no destino dos refugiados que buscam asilo na Austrália continuam impossibilitados de realizar seu trabalho nos campos de retenção terceirizados por Camberra, na Ilha de Manus e na capital Port-Moresby.