Nova Zelândia

A imprensa é livre na Nova Zelândia, mas a independência e o pluralismo são regularmente minados pela lógica comercial dos grupos de mídia que cortam custos em detrimento do livre exercício do jornalismo. Muitos manifestaram preocupação com a integridade editorial do principal portal de notícias neozelandês, Stuff, depois que sua matriz, a Fairfax Media, foi comprada pelo gigante australiano Nine Television Network em julho de 2018. Como resultado, o portal foi forçado a fechar um terço dos sites que hospedava e grandes cortes orçamentários foram impostos a todos os meios de comunicação sob seu guarda-chuva.  A situação poderia ter sido ainda pior se a Comissão de Operações Comerciais não tivesse bloqueado outra fusão proposta entre o Stuff e o grupo New Zealand Media and Entertainment (NZME), proprietário do principal jornal diário do país, o The New Zealand Herald. Dado esse alto nível de concentração da mídia, apenas pequenas publicações online conseguem fornecer informações e pontos de vista totalmente independentes. A viabilidade econômica de muitos veículos de imprensa foi seriamente abalada pela pandemia de Covid-19 e cerca de 700 empregos foram cortados. Neste contexto, o anúncio feito pelo governo de um fundo de apoio que irá desembolsar NZ$ 55 milhões (33 milhões de euros) ao longo de 3 anos para garantir a sobrevivência do jornalismo de interesse público deve ser reconhecido como um progresso notável. Do lado legislativo, os jornalistas continuam a pedir uma revisão da lei sobre informação pública (Official Information Act, OIA) que obstrui o trabalho dos jornalistas, devido aos prazos de resposta concedidos às agências governamentais. A lei chega ao ponto de permitir que as agências exijam pagamentos de centenas de dólares para que as informações solicitadas sejam liberadas. Apesar das promessas do governo, essa reforma foi novamente adiada em janeiro de 2021.