Ranking 2023
72/ 180
Nota: 62,96
Indicador político
130
45.63
Indicador econômico
112
43.94
Indicador legislativo
55
70.94
Indicador social
70
72.62
Indicador de segurança
62
81.66
Ranking 2022
85/ 180
Nota: 59,8
Indicador político
119
47.07
Indicador econômico
141
32.31
Indicador legislativo
83
67.25
Indicador social
95
67.33
Indicador de segurança
29
85.03

Qualificado como um predador da liberdade de imprensa pela RSF, o primeiro-ministro Viktor Orban construiu um verdadeiro império midiático submetido às ordens de seu partido.  Embora a mídia independente detenha posições significativas no mercado, ela está exposta a pressões políticas, econômicas e regulatórias. 

Cenário midiático

O mercado está altamente concentrado na fundação KESMA - a serviço do governo e da mídia pública - que reúne cerca de 500 meios de comunicação nacionais e locais.  No entanto, em diferentes segmentos do mercado nacional, posições fortes são mantidas por meios independentes como o canal de televisão RTL Klub, o diário Nepszava, o semanário HVG ou o site 24.hu.

Contexto político

Desde o seu retorno ao poder, em 2010, o primeiro-ministro Viktor Orbán, um predador da liberdade de imprensa, segue minando o pluralismo e a independência da mídia. Depois da transformação do setor audiovisual público em um órgão de propaganda, vários veículos de comunicação privados foram censurados ou silenciados. Graças a manobras político-econômicas e à compra de veículos de comunicação por oligarcas simpatizantes, o Fidesz, partido no poder, agora controla 80% do cenário midiático húngaro. Um mês depois das eleições parlamentares de 2022, nas quais, pela quarta vez consecutiva, o Fidesz obteve uma maioria esmagadora, o famoso semanário 168 Óra foi fechado.

Quadro jurídico

Os órgãos reguladores – totalmente sob o controle do partido no poder – se eximiram de sua responsabilidade diante da concentração da propriedade de veículos de comunicação privados e do controle do Fidesz sobre a mídia pública, declarando-se incompetentes. Por outro lado, proibiram arbitrariamente as transmissões da última grande rádio independente do país, a Klubradio. A licença de uma estação independente menor, a Tilos Radio, também foi suspensa de maneira arbitrária, sendo renovada alguns meses depois. Desde a pandemia de Covid-19, está em vigor uma legislação que criminaliza a difusão de “informações falsas”. 

Contexto económico

O mercado de médio porte não está acostumado à monetização de conteúdo, e o financiamento sustentável da mídia independente está ameaçado por uma distribuição discriminatória de publicidade estatal que beneficia os veículos pró-governo. A redução das receitas do grande site de notícias Index.hu facilitou sua aquisição, em 2020, por empresários próximos ao Fidesz. A KESMA, gigante da mídia pró-governo, sofreu cortes orçamentários que levaram à suspensão de algumas publicações.

Contexto sociocultural

A mídia crítica é regularmente acusada pelo governo de disseminar informações falsas e de ser financiada pelo bilionário húngaro-judeu americano George Soros, retórica ecoada pela mídia pró-governo. Além disso, as forças conservadoras dentro do governo húngaro aproveitaram-se do fraco arcabouço jurídico para abrir processos contra conteúdos jornalísticos considerados liberais demais.

Segurança

Embora os repórteres húngaros não sejam – ou raramente sejam – alvo de violência física ou detenções injustificadas, o Estado húngaro foi o único na União Europeia que monitorou arbitrariamente jornalistas por meio do spyware Pegasus. Além disso, no contexto de campanhas de difamação contra eles, jornalistas críticos ao governo também sofrem assédio online por parte de apoiadores do partido no poder.