Coalizão internacional pede a nomeação de um “defensor dos jornalistas”

Diversas organizações e jornalistas lançam um apelo para a criação de um Representante Especial do Secretário Geral das Nações Unidas para a Segurança dos Jornalistas, proposta inicialmente apresentada pela Repórteres sem Fronteiras (RSF)

Diversos meios de comunicação, jornalistas, ONGs e personalidades de todos os continentes fazem um apelo para a criação de um “defensor dos jornalistas”, conforme a proposta apresentada pela RSF de se nomear um Representante Especial do Secretário Geral das Nações Unidas para a Segurança dos Jornalistas. A coalização pede às Nações Unidas e aos seus Estados membros que atribuam ao titular desse cargo o peso político, a capacidade de agir de forma rápida e a legitimidade necessária para que possa coordenar os esforços da ONU em favor da segurança dos jornalistas.


O objetivo é definir um mecanismo concreto de aplicação do direito internacional que possibilite a redução do número de jornalistas assassinados todos os anos por motivos diretamente ligados à sua atuação profissional. Ao se considerar as estatísticas, a adoção das diversas resoluções das Nações Unidas relativas à proteção dos jornalistas e ao combate da impunidade não foram suficientes para obter resultados concretos nessa frente. De acordo com os dados da RSF, 787 jornalistas e profissionais de mídia em geral foram mortos por razões ligadas ao seu trabalho ao longo da última década, dos quais 67 apenas no ano passado.


A RSF se alegra com a quantidade de importantes organizações e personalidades que apoiam a medida da criação de um Representante Especial da ONU para a Segurança dos Jornalistas, afirmou Christophe Deloire, Secretário Geral da RSF. As demonstrações de apoio à campanha crescem a cada dia. Se as Nações Unidas e os Estados criarem esse posto de Representante Especial, os jornalistas poderão alimentar novamente a esperança de trabalhar em melhores condições de segurança. Sem a proteção eficaz dos jornalistas, o direito à informação não pode ser garantido, assim como não podem ser combatidos a propaganda e o extremismo.


Entre as diversas organizações que se juntaram à campanha estão a World >Association of Newspaper and News Publishers (WAN-IFRA), a International Freedom of Expression Exchange (IFEX), a Human Rights Watch (HRW), a Fédération Internationale des Droits de l’Homme (FIDH), o Committee to Protect Journalists (CPJ), a James W. Foley Legacy Foundation, a International Women’s Media Foundation (IWMF) e o Rory Peck Trust. Um grande número de meios de comunicação também aderiu a campanha, dos quais muitos membros da WAN-IFRA, como o The Hindu, o Bangkok Post, o Grupo RBS, o The New York Times, o Manoramaonline, o USA Today, o VK Media, a ABP, o JP Politikens Hus, o Jagran, o Mediahuis, o NewsBrands Ireland, o The Irish Times, o Helsingin Sanomat e o Kristelight Dagblad.


Muitas personalidades também expressaram seu apoio à campanha. No dia 5 de fevereiro de 2016, a Diretora Geral da UNESCO, Irina Bokova declarou:

Estou de acordo com a importância da proposta apresentada pela Repórteres sem Fronteiras de nomear um Representante Especial para a Segurança dos Jornalistas junto ao escritório do Secretário Geral das Nações Unidas.


No dia 11 de março de 2016, Cilla Benkö, Diretora Geral da Rádio Sueca afirmou em coluna publicada no Guardian:

Eu apoio a iniciativa da Repórteres sem Fronteiras em favor da criação de um Representante Especial dedicado às questões relativas à segurança dos jornalistas junto às Nações Unidas. Os repórteres devem estar protegidos contra os ataques e eu estou segura de que um Representante Especial poderia realizar importantes avanços, se tiver um mandato claro e forte.


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Updated on 03.11.2016