China: 3 jornalistas sentenciados à prisão por reportagens sobre corrupção

A Repórteres sem Fronteiras (RSF) denuncia o sentenciamento de 3 jornalistas chineses à prisão depois de relatarem casos de corrupção envolvendo funcionários do governo.

Wang Hongquan, fundador da The China News Agency, agência de notícias anticorrupção independente da mídia estatal chinesa e registrada em Hong Kong, e os colaboradores Tang Yunli e Li Hede, foram sentenciados no dia 9 de junho de 2020 pelo tribunal distrital de Ganyu, na cidade de Lianyungang, localizada na província de Jiangsu, a 18 e 13 meses de prisão, e 12 meses de liberdade condicional respectivamente, acusados de "procurar brigas e provocar perturbações”. Os dois colaboradores da agência foram liberados, por já terem permanecido na prisão por períodos superiores às suas sentenças originais, mas Wang Hongquan continua na cadeia.


"Noticiar casos de corrupção não é um crime e esses jornalistas jamais deveriam ter sido indiciados, muito menos detidos", afirmou Cédric Alviani, diretor do escritório da RSF no Leste Asiático, que pede "uma revisão do julgamento" e "a libertação imediata de Wang Hongquan, bem como de todos os outros defensores da liberdade de imprensa atualmente detidos na China". 


Recentemente fechada, a agência de notícias focava em denúncias de casos de corrupção que atingiam oficiais de governo de províncias chinesas, em particular de Jilin e Heilongjiang, no norte do país, e em Henan, no sul.


A China é o país do mundo que mais prende jornalistas, com pelo menos 115 detidos, geralmente encarcerados em condições que colocam em risco suas próprias vidas. Desde que assumiu o país, em 2013, o presidente Xi Jinping passou a exercer um controle ainda mais rigoroso sobre a mídia estatal e a privada, levando a censura e a vigilância a níveis sem precedentes.


A China ocupa a 177ª posição entre os 180 países listados no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa 2020 da Repórteres sem Fronteiras.

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Updated on 31.07.2020