Suécia

Cenário midiático

A grande maioria dos jornais suecos (Dagens Nyheter, Aftonbladet, TV4, etc.) é propriedade de cinco grandes grupos de imprensa, e a concentração do setor audiovisual atinge proporções ainda maiores. O mercado de canais de televisão e rádio, incluindo o setor público, é dominado, respectivamente, por quatro e três grupos. Ao mesmo tempo, quase um quinto dos municípios suecos não possui imprensa local, o que levou a novos investimentos da mídia pública, mas também de grandes grupos privados.

Contexto político

Em 1766, a Suécia tornou-se o primeiro país do mundo a aprovar uma lei de liberdade de imprensa.  Hoje, a mídia é independente do poder político.  Seus proprietários são imunes à interferência executiva e legislativa, e nenhum político em exercício pode participar de um conselho de mídia pública ou de reguladores de mídia. Também há consenso sobre a necessidade da imprensa pública, mesmo que os debates sobre seu conteúdo e financiamento ainda estejam em andamento. No passado, os políticos atacaram verbalmente os jornais públicos ou ofereceram abertamente ideias para influenciar o seu conteúdo editorial.

Quadro jurídico

Existe um ombudsman da mídia, uma espécie de mediador independente que recebe denúncias relacionadas a questões éticas. A imprensa pública é regulada por uma Comissão de Radiodifusão independente, um braço da Autoridade Sueca de Imprensa e Radiodifusão.  Esta última registra e licencia a transmissão de rádio e televisão e distribui subsídios aos meios de comunicação. O sigilo das fontes jornalísticas é protegido por lei, e o princípio do acesso à informação pública é uma verdadeira pedra angular da democracia sueca.

Contexto económico

Embora seja relativamente fácil iniciar novos meios de comunicação, eles enfrentam uma concorrência acirrada devido à alta concentração da imprensa sueca. A cobertura de notícias locais muitas vezes depende dos investimentos e do interesse dos principais grupos de imprensa.  No entanto, subsídios públicos podem ser obtidos facilmente e sem discriminação contra jornais que exibem opiniões políticas radicais, embora essa escolha seja criticada. Em geral, os jornalistas suecos atuam de forma livre e independente, não sofrem grandes restrições e não correm o risco de serem subornados ou demitidos por suas opiniões.

Contexto sociocultural

Ameaças e assédio online são comuns para os jornalistas suecos. Assim, quase um quinto dos repórteres relata já ter sido vítima de ataques desse tipo nos últimos três anos, e 40% dos jornalistas que receberam ameaças afirmam que isso já os impediu de cobrir determinados assuntos. Embora o movimento #MeToo tenha lançado luz sobre a discriminação de gênero e o abuso sexual no setor de mídia, ainda há muito a ser feito para conter essa violência. Da mesma forma, funcionários da mídia pública relataram atitudes racistas e discriminação no setor.

Segurança

O risco de ataques físicos contra jornalistas é baixo, embora algumas redações tenham sofrido ameaças de bomba e repórteres tenham sofrido ataques físicos dificultando seu trabalho. No entanto, os jornalistas exilados na Suécia enfrentam ameaças dos governos de seus países de origem. O jornalista sueco Dawit Isaak está preso na Eritreia há mais de 20 anos, enquanto o editor Gui Minhai está há mais de seis anos atrás das grades na China.