Ranking 2024
157/ 180
Nota: 31,92
Indicador político
146
31.04
Indicador econômico
149
33.51
Indicador legislativo
146
39.10
Indicador social
155
35.52
Indicador de segurança
175
20.44
Ranking 2023
156/ 180
Nota: 37,86
Indicador político
147
40.47
Indicador econômico
122
40.20
Indicador legislativo
139
44.34
Indicador social
158
36.36
Indicador de segurança
170
27.95

A Palestina tornou-se o país mais perigoso do mundo para profissionais da mídia, com mais de 100 repórteres mortos pelo exército israelense, em seis meses, em Gaza, desde 7 de outubro de 2023 – e pelo menos 22 no exercício das suas funções. Na Cisjordânia, se os jornalistas já eram vítimas de duplas violações, tanto por parte da Autoridade Palestina como das forças de ocupação israelenses, desde 7 de outubro a pressão israelense se intensificou, com um aumento nas detenções e obstruções à prática do jornalismo.

Cenário midiático

A cobertura midiática da guerra em Gaza é realizada, a partir do enclave sitiado e completamente bloqueado, por jornalistas profissionais e também por jornalistas não profissionais que utilizam as suas contas nas redes sociais para informar o mundo sobre a vida quotidiana em tempos de guerra. Eles também trabalham para a mídia local e internacional. O panorama da mídia na Palestina é composto por vários meios de comunicação independentes, como Watan TV ou Ajyal Radio, e meios de comunicação afiliados à Autoridade Palestina ou ao Fatah, como a Palestine TV e a agência de notícias Wafa. O conteúdo está sujeito a controle político. Na Faixa de Gaza, também existem títulos filiados ao Hamas, como a agência Shehab News ou o grupo Al-Aqsa Media Network.

Contexto político

A Faixa de Gaza sempre foi um território particularmente perigoso para a liberdade de imprensa. Suspeitos de colaborar com Israel, jornalistas são prejudicados em seu trabalho pelo Hamas e pela Jihad Islâmica, ao mesmo tempo em que sofrem a violência do bloqueio israelense no território. Desde 7 de outubro de 2023, o bloqueio foi reforçado, assim como a violência, e os jornalistas que resistiram à pressão do Hamas em Gaza foram então confrontados com a propaganda israelense que os acusava de trabalhar para o grupo armado. Eles são alvo, frequentemente, de campanhas difamatórias e ameaças. Vários políticos israelenses pediram punição aos jornalistas de Gaza.

Quadro jurídico

A lei fundamental da Autoridade Palestina prevê a liberdade dos meios de comunicação e de opinião, mas na prática colide com os reais interesses do governo. A lei de cibercriminalidade, aprovada pelo presidente Mahmoud Abbas em julho de 2017, limita a liberdade de expressão tanto quanto a liberdade de imprensa. Em Gaza, o Conselho Legislativo parou de elaborar novas leis desde 2007. 

Contexto económico

A situação econômica na Faixa de Gaza tem uma influência importante nos meios de comunicação independentes ou semi-independentes. A maioria deles é financeiramente instável. Desde 7 de outubro, os ataques aéreos israelenses destruíram em grande parte as infraestruturas de telecomunicações e de mídia no enclave. Com mais de 80% da população de Gaza deslocada e vivendo em tendas – incluindo centenas de jornalistas –, e praticamente nenhuma ajuda humanitária permitida, a situação econômica deteriorou-se acentuadamente.

Contexto sociocultural

O peso da religião, sobretudo de alguns movimentos conservadores, é sentido no trabalho dos jornalistas. Jornalistas mulheres, vítimas de discriminação de gênero, podem ser prejudicadas no exercício da sua profissão. O acesso a determinadas áreas, por exemplo, é mais frequentemente negado a elas do que aos homens. No entanto, essas dificuldades diárias ficaram em segundo plano desde o início da guerra, quando os jornalistas em Gaza se viram lutando pela sobrevivência. Os repórteres de Gaza, homens e mulheres, tornaram-se os olhos e os ouvidos do mundo, à medida que o bloqueio israelense impede a entrada de jornalistas internacionais no território.

Segurança

Antes de 7 de outubro de 2023, o exercício do jornalismo já era difícil na Palestina: prisões, violência, destruição de equipamentos, processos judiciais, recusa de credenciamento. Em 2024, com mais de 100 repórteres mortos pelo exército israelense em Gaza, incluindo pelo menos 22 no exercício das suas funções, durante os primeiros seis meses de guerra, e dezenas de outros detidos em prisões israelenses, a Palestina tornou-se o país mais perigoso do mundo para jornalistas. Presos no enclave, os repórteres de Gaza já não têm abrigo e carecem de tudo, comida, água etc. Na Cisjordânia, os jornalistas são regularmente assediados e agredidos por colonos e forças israelenses, mas a repressão atingiu novos patamares com uma onda de detenções, depois de 7 de outubro. A impunidade para os crimes cometidos contra jornalistas é a regra.