África
Costa do Marfim
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Ranking 2024
53/ 180
Nota: 66,89
Indicador político
49
61.43
Indicador econômico
45
55.05
Indicador legislativo
40
74.63
Indicador social
51
73.08
Indicador de segurança
99
70.28
Ranking 2023
54/ 180
Nota: 68,83
Indicador político
45
66.98
Indicador econômico
43
58.01
Indicador legislativo
54
71.07
Indicador social
56
76.33
Indicador de segurança
90
71.79

A Costa do Marfim possui um dos cenários midiáticos mais politizados e polarizados da África Ocidental. Alguns jornalistas não escapam às intimações judiciais e aos ataques.  Suspensões de jornais não são incomuns.  

Cenário midiático

Com pelo menos 190 estações autorizadas a transmitir, o rádio é o meio preferido dos marfinenses. Os cerca de cem jornais e sites de notícias existentes são, no seu conjunto, marcados por um cunho político muito forte na linha editorial, que se distingue pela cor dos títulos nas bancas: verde para meios próximos ao governo e azul para aqueles próximos à oposição. Estes últimos têm estado em declínio nos últimos anos, embora a publicação dos jornais Le Temps La Voie originale permaneça bastante regular – apesar de algumas suspensões, pelas autoridades ou devido a dificuldades financeiras. Em um cenário midiático tão polarizado, o jornalismo investigativo é raro comparado ao “jornalismo de opinião”. Em 2019, a chegada dos primeiros canais privados pôs fim a mais de 50 anos de monopólio da Radiodiffusion télévision ivoirienne (RTI).  O país agora tem três canais de televisão privados, todos de propriedade de pessoas próximas ao governo.

Contexto político

A liberdade de imprensa ainda está intimamente ligada ao contexto político. A influência de certos partidos e líderes políticos na mídia é muito grande. A RTI continua a ser um meio de comunicação estatal a serviço da imagem do governo e do Presidente da República. 

Quadro jurídico

A lei não contém qualquer dispositivo de privação de liberdade em caso de crime de imprensa. No entanto, mantém o delito de ofensa ao Presidente da República. A liberdade de expressão é garantida na Constituição e a Lei de Imprensa de 2017 protege as fontes de informação. A imprensa em papel e digital é regulamentada pela Autoridade Nacional de Imprensa (ANP), e o rádio e a televisão, pela Alta Autoridade de Comunicação Audiovisual (HACA). A ANP pode suspender a publicação de um jornal e decretar uma proibição de publicação de três meses contra o seu diretor editorial, como foi muitas vezes o caso em 2023.

Contexto económico

As vendas de jornais caíram e as equipes das redações estão diminuindo. Alguns títulos nacionais que publicavam dezenas de milhares de exemplares há 20 anos raramente vendem hoje mais de 2 mil por dia hoje. Em 2021, o semanário investigativo L'Eléphant déchaîné anunciou a descontinuação de sua versão em papel para se tornar um jornal online. O principal modelo económico dos canais privados de televisão continua a ser o mercado publicitário, estimado em 2021 entre 15 e 18 milhões de euros, o que é largamente insuficiente segundo os principais players. 

Contexto sociocultural

Por razões culturais, os meios de comunicação da Costa do Marfim não lidam de forma suficientemente aberta com questões de orientação sexual.

Segurança

Jornalistas investigativos são frequentemente alvo de tentativas de corrupção ou intimidação, bem como de prisões, e suas redações podem estar sujeitas a ataques. Contudo, de modo geral, muitos profissionais da comunicação enfrentam problemas de segurança no exercício das suas funções, tanto por parte dos ativistas dos partidos políticos como da polícia.