Ranking 2024
10/ 180
Nota: 83,84
Indicador político
14
85.22
Indicador econômico
6
77.63
Indicador legislativo
8
84.69
Indicador social
22
82.38
Indicador de segurança
40
89.29
Ranking 2023
21/ 180
Nota: 81,91
Indicador político
12
87.33
Indicador econômico
6
82.31
Indicador legislativo
9
85.85
Indicador social
19
87.19
Indicador de segurança
96
66.88

Embora os jornalistas gozem de um ambiente jurídico favorável, reformas da lei de segurança concederam às agências de inteligência poderes mais amplos que prejudicam os direitos fundamentais dos jornalistas. Além disso, o acesso à informação está fragmentado, o pluralismo dos meios de comunicação foi ameaçado e a violência contra jornalistas está aumentando.

Cenário midiático

O maior tablóide alemão, Bild, perdeu grande parte de seus leitores, muito mais do que os jornais de qualidade, como o Süddeutsche Zeitung, de esquerda, ou o Frankfurter Allgemeine Zeitung, conservador, cujas versões online estão se tornando cada vez mais populares. O setor audiovisual inclui emissoras privadas e públicas, estas últimas (ARDZDFDeutschlandfunk) oferecendo reportagens regionais, nacionais e internacionais. No entanto, o pluralismo dos meios de comunicação foi ameaçado pelo encerramento de algumas publicações e por cortes massivos de postos de trabalho nas principais empresas de comunicação.

Contexto político

O papel da mídia como pilar da democracia é amplamente aceito na classe política, com exceção da extrema direita. A mídia alemã tem uma longa tradição de criticar tanto o governo quanto a oposição, com a maioria dos jornais tendo uma linha editorial próxima a um ou outro dos campos políticos. A independência dos meios de comunicação públicos é protegida por lei, embora algumas decisões gerem suspeitas de influência política.

Quadro jurídico

As fortes garantias constitucionais e um poder judicial independente proporcionam um ambiente geralmente favorável. A Alemanha é pioneira na aplicação e extensão do direito penal internacional. O respeito às normas éticas é incentivado pelo Conselho de Imprensa, órgão voluntário de autorregulação para a mídia impressa e online. No entanto, as leis sobre acesso à informação são insuficientes para os padrões internacionais. As reformas da lei de segurança deram às agências de inteligência poderes abrangentes que comprometem seriamente os direitos fundamentais dos jornalistas. A supervisão parlamentar e judicial das agências de inteligência é ineficaz. 

Contexto económico

Muitos meios de comunicação alemães estão com dificuldades financeiras, tendência que se agravou com a queda da receita publicitária durante a pandemia de Covid-19.  No geral, a imprensa sofre um enorme aumento de custos: o preço do papel duplicou, as tintas e as chapas de impressão também ficaram muito mais caras. Para intimidar os jornalistas, as grandes corporações costumam recorrer aos processos mordaça (SLAPPs).

Contexto sociocultural

Os jornalistas são livres para cobrir qualquer assunto e expressar qualquer opinião, desde que respeitem a Constituição. Contudo,  jornalistas mulheres, não brancas ou que cobrem temas relacionados a gênero e racismo são alvo de crescente hostilidade nas redes sociais. Os repórteres também são cada vez mais acusados de serem brandos com o governo, em especial por políticos populistas que tentam alimentar a desconfiança em relação aos meios de comunicação.

Segurança

Os jornalistas são cada vez mais alvo de ameaças, assédio e agressões físicas – violações geralmente atribuídas a atores de extrema-direita, mas também a membros da extrema-esquerda e à polícia. Os anos de 2020, 2021 e 2022 foram particularmente violentos, especialmente durante os protestos contra as restrições ligadas à Covid-19, onde dezenas de jornalistas foram atacados. A violência física resulta regularmente em processos judiciais, enquanto o assédio cibernético geralmente fica impune. Já aconteceu de jornalistas que cobriam protestos serem presos.