A antiga Suazilândia, que se tornou Eswatini por decreto do rei em 2018, é uma monarquia absoluta que impede os jornalistas de realizar seu trabalho de maneira livre e independente.
Cenário midiático
Os meios de comunicação audiovisual são totalmente controlados pelo governo, incluindo o único canal de televisão privado do país, que pertence à família real. Quase todos os meios de comunicação são controlados, direta ou indiretamente, pelo monarca autocrático Mswati III, no poder desde 1986.
Contexto político
A interferência da monarquia na informação é considerável, e o governo não hesita em vigiar jornalistas e se infiltrar nas redações. A ministra da Informação e Novas Tecnologias não é outra senão uma das filhas do rei. O responsável por escrever os discursos do monarca também é editor-chefe do jornal mais antigo e popular do país.
Quadro jurídico
No reino de Mswati III, qualquer crítica à monarquia pode resultar em julgamento e penas severas. Graças a dezenas de leis liberticidas que reprimem a liberdade de expressão e informação, a justiça é muitas vezes usada como instrumento para enfraquecer o jornalismo. Um projeto de lei sobre crimes cibernéticos prevê multas de várias centenas de milhares de dólares e penas de até 10 anos de prisão pela divulgação de “notícias falsas” ou informações que prejudiquem a imagem do país.
Contexto económico
Quase não há possibilidade de produzir informação independente, pois a própria existência dos meios de comunicação está condicionada ao seu alinhamento com a defesa da monarquia.
Contexto sociocultural
Para preservar a liberdade de expressão, os jornalistas são forçados ao exílio. A cultura generalizada do sigilo dificulta o acesso à informação. A maioria dos meios de comunicação também foi duramente criticada por apoiar a monarquia durante os violentos protestos pró-democracia em 2021.
Segurança
Jornalistas são presos e submetidos a violência rotineiramente. Vários exemplos ilustram essas práticas: em fevereiro de 2022, o veículo de entregas do jornal Times of Swaziland, que se esforça por manter sua independência, foi desviado e incendiado com o propósito inequívoco de semear o medo entre os jornalistas. Em 2021, dois jornalistas sul-africanos foram ameaçados com armas e presos durante as manifestações. Um ano antes, dois editores de sites tinham sido presos e forçados ao exílio depois de criticar o rei. Um deles foi torturado enquanto estava detido. Em 2017, um jornalista investigativo foi ameaçado de morte e forçado a se exilar na África do Sul após publicar um artigo revelando o envolvimento do rei em um caso de corrupção. Seu jornal foi fechado por ordem do monarca.