Redações de veículos de imprensa destruídas em Gaza: a RSF pede ao TPI que determine se os bombardeios configuram crimes de guerra

Após o bombardeio de instalações de cerca de vinte veículos de comunicação na Faixa de Gaza pelas forças israelenses, a RSF faz um apelo à promotora do Tribunal Penal Internacional, Fatou Bensouda, para incluir a destruição de veículos de imprensa em sua investigação da situação.

Nas últimas semanas, redações de 23 veículos de comunicação locais e internacionais foram destruídas por ataques aéreos israelenses.  No sábado 15 de maio, os bombardeios destruíram os escritórios da agência de notícias americana Associated Press (AP) e da rede Al-Jazeera. As forças armadas israelenses alegaram que os ataques visavam destruir equipamentos de "inteligência militar" do Hamas, o movimento islâmico no poder na Faixa de Gaza, que encontravam-se nos imóveis.

 

“É um crime de guerra visar intencionalmente meios de comunicação", denunciou o secretário-geral da RSF, Christophe Deloire. "Ao destruir intencionalmente as redações de veículos de imprensa, as forças armadas de Israel não só infligem danos materiais inaceitáveis, como também dificultam a cobertura de um conflito que afeta diretamente a população civil. A RSF pede à promotora do Tribunal Penal Internacional que determine se os atentados constituem crimes de guerra”.

 

Os primeiros bombardeios contra palestinos ocorreram após uma série de disparos do Hamas contra Israel e tiveram como alvo, na noite de terça-feira 11 para quarta-feira 12 de maio, a Torre Jawhara, que abriga os escritórios de 14 veículos de imprensa em Gaza, incluindo o jornal Palestine Daily News e o canal de TV pan-árabe Al-Araby. Na quinta-feira, 13 de maio, a torre Al Shorouk também foi destruída, assim como os sete veículos de comunicação instalados nela, entre os quais o grupo de rádio e televisão Al-Aqsa. As forças armadas israelenses garantem ter visado "depósitos de armas do Hamas escondidos em edifícios civis".

 

Israel ocupa o 86º lugar no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa 2021 estabelecido pela RSF.

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Mise à jour le 16.05.2021