Américas
Peru
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Ranking 2024
125/ 180
Nota: 47,76
Indicador político
121
39.44
Indicador econômico
118
39.29
Indicador legislativo
98
58.10
Indicador social
117
53.23
Indicador de segurança
128
48.73
Ranking 2023
110/ 180
Nota: 52,74
Indicador político
75
57.99
Indicador econômico
115
42.81
Indicador legislativo
84
63.94
Indicador social
116
56.94
Indicador de segurança
140
42.00

Embora a liberdade de imprensa seja garantida pela legislação, os jornalistas são vítimas frequentes de agressões e assédio cometidos pela polícia. O jornalismo investigativo resiste nos veículos digitais, enquanto as redes sociais são cada vez mais usadas para cobrir notícias ao vivo. A desinformação permanece uma realidade. 

Cenário midiático

O panorama midiático peruano é plural, ainda que na capital, Lima, predomine uma linha editorial que apoia a coalizão autoritária no poder desde dezembro de 2022. Nos últimos anos, veículos de comunicação antes confiáveis sucumbiram à desinformação. O jornalismo investigativo se desenvolve em sites online sem fins lucrativos, sendo exceção na mídia comercial. O tabloide Trome é o jornal mais vendido do país, e Radioprogramas é o principal noticiário radiofônico. Devido à crise política, a maioria dos peruanos se informa por meio da mídia local (rádio ou internet) ou do TikTok, e a audiência dos canais de televisão está em queda.

Contexto político

Em dezembro de 2022, diante da obstrução do Congresso e de seus aliados, que tentavam destituí-lo de suas funções havia três meses, o então presidente Pedro Castillo, tentou, sem sucesso, dar um golpe de Estado. Foi substituído por Dina Boluarte, que se aliou aos ultraconservadores que controlam o Parlamento. O Congresso elegeu novos membros para o Tribunal Constitucional e, desde uma decisão tomada pelo tribunal em março, não existe mais uma verdadeira separação entre os poderes. A polarização política persiste. Durante manifestações a favor de novas eleições, entre o fim de 2022 e o início de 2023, as forças de segurança mataram 48 civis em três meses, com o consentimento do regime autoritário. 

Quadro jurídico

A Constituição de 1992 garante a liberdade de expressão e estabelece como delito qualquer ação que suspenda, encerre ou impeça a livre circulação de jornais. A lei sobre transparência e acesso à informação é muitas vezes difícil de aplicar, devido à fragilidade das instituições e a conflitos de interesse políticos e econômicos. Após as críticas internacionais ao aumento da repressão policial contra jornalistas que cobrem manifestações, o governo propôs um protocolo de cobertura de notícias, mas ele viola a liberdade de expressão.

Contexto económico

Em 2020, devido à pandemia, o PIB peruano recuou 11%, e a pobreza aumentou, atingindo 30% da população. Os jornalistas estão entre os profissionais mais afetados, sobretudo fora da capital, onde trabalham sem contrato, seguro ou plano de saúde. Alguns veículos de comunicação privados demitiram funcionários devido a reduções de orçamento e de receita publicitária. A mídia online sem fins lucrativos também fez cortes de pessoal. O número de freelancers tem aumentado, sobretudo no setor de fotojornalismo.

Contexto sociocultural

A opinião pública valoriza o trabalho dos jornalistas, que têm desempenhado um papel fundamental – especialmente nos últimos anos – na denúncia de casos de corrupção na política e no judiciário. No entanto, a mídia tradicional perdeu credibilidade desde 2020, devido às informações pseudocientíficas divulgadas durante a pandemia e à desinformação disseminada durante a campanha presidencial e a crise sociopolítica de 2022-2023.

Segurança

Desde a mudança de governo, em dezembro de 2022, a polícia intensificou o uso excessivo da força contra os jornalistas que documentam prisões arbitrárias, assassinatos e violências durante as manifestações. Nesse contexto, o Exército também se envolveu em operações de desinformação e assédio a jornalistas que não se alinhavam a suas posições. Os veículos tradicionais estigmatizaram os manifestantes que participaram do movimento de dezembro, qualificando-os de terroristas, e cidadãos agrediram alguns dos jornalistas desses veículos. Desde 2018, quando foram publicadas as investigações jornalísticas sobre o caso de corrupção da Odebrecht, profissionais da informação são alvo de ataques de militantes de extrema direita.