RSF denuncia fechamento do escritório da Al Jazeera em Tunis
A Repórteres sem Fronteiras apela às autoridades para que respeitem a liberdade de imprensa e o pluralismo dos meios de comunicação.
Na manhã de segunda-feira, 26 de julho, as forças de segurança tunisianas invadiram o escritório do canal de TV do Catar Al Jazeera em Túnis. Os jornalistas presentes foram obrigados a parar imediatamente de trabalhar. Os policiais - cerca de 20, a maioria à paisana, segundo o diretor da sucursal da Al Jazeera, Lotfi Hajji - ordenaram que desligassem seus celulares. Após confiscar as chaves do local, a polícia evacuou as instalações.
“Na sequência dos anúncios do presidente Kaïs Saïed, que deram início a uma crise política na Tunísia, a RSF denuncia o fechamento do escritório da Al Jazeera em Tunis pela polícia, e exorta as autoridades a respeitarem a liberdade de imprensa e o pluralismo”, alerta Souhaieb Khayati, diretor do escritório da RSF para a África do Norte. “Pedimos a reabertura imediata do escritório e o retorno às condições normais de trabalho dos jornalistas”.
A intervenção ocorreu um dia após a destituição do Primeiro-Ministro Hichem Mechichi e a suspensão do funcionamento do poder Legislativo pelo Presidente Kaïs Saïed. Domingo à noite, 25 de julho, após um dia de manifestações em várias cidades do país, o chefe de Estado tunisiano anunciou o término das funções do chefe de governo, bem como o "congelamento" das atividades do Parlamento por 30 dias. As forças de segurança foram posicionadas em frente à sede do Congresso, proibindo o acesso ao local. Na segunda-feira, eclodiram confrontos com manifestantes que se reuniram em frente ao prédio.
A Tunísia ocupa o 73o lugar entre 180 países no Ranking Mundial da Liberdade de Imprensa publicado em 2021 pela RSF.